Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.
Naquele
tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer:
«Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será
dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os
habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração. No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e
há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de
Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens
de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram
penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Justino (c.100 -160), filósofo,
mártir
Diálogo com Trifão (34-36)
«E aqui está alguém que é maior do que Salomão»
Deixai-me citar um salmo, dito pelo Espírito
Santo a David; dizeis que tem a ver com Salomão, vosso rei, mas na verdade tem a
ver com Cristo [...]: «Ó Deus, concede ao rei a tua rectidão» (Sl 71,1). Como
Salomão se tornou rei, dizeis que é dele que este salmo fala; mas as palavras do
salmo designam nitidamente um rei eterno, que é Cristo. Porque Cristo foi-nos
anunciado como rei, sacerdote, Deus, Senhor, anjo, homem, chefe supremo, pedra,
criança por nascimento, como um ser de dor num primeiro momento, depois como um
ser que se eleva aos céus, e que regressa na glória da sua realeza eterna [...]
«Ó Deus, concede ao rei a tua rectidão e a tua justiça ao filho do
rei, para que julgue o teu povo com justiça e os teus pobres com equidade [...]
Todos os reis se prostrarão diante dele; todas as nações o servirão.» [...]
Salomão foi um rei grande e ilustre, e no seu reinado foi edificada a casa a que
chamamos Templo de Jerusalém; mas é claro que nada do que é dito no salmo lhe
aconteceu: nenhum rei o adorou, nem o seu reino se estendeu até aos confins da
Terra, nem os seus inimigos se curvaram a seus pés para lhes sacudir a poeira.
[...]
O «Senhor do universo» (Sl 23,10) não é Salomão; é Cristo.
Assim que ressuscitou de entre os mortos e subiu aos céus, Ele ordenou aos
príncipes que Deus nomeou no céu «para abrirem as portas» do céu, a fim de que
«Aquele que é o Rei da glória entre» e suba para «se sentar à direita do Pai,
até que faça dos inimigos escabelo para seus pés», como é dito noutro salmo
(23,109). Mas quando os príncipes do céu O viram sem figura nem beleza, sem
honra nem glória (Is 53,2), não O reconheceram e perguntaram: «Quem é esse Rei
glorioso?» (Sl 23,8) O Espírito Santo respondeu-lhes então: «O Senhor do
universo, eis o Rei glorioso». Com efeito, não foi de Salomão, que tanta glória
teve enquanto rei [...], que se pôde dizer: «Quem é ele, esse Rei glorioso?»
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