O padre Clemente viveu de maneira extraordinária o ordinário. Doando-se a si mesmo, dia após dia, durante 65 longos anos na então Birmânia (atual Myanmar), aonde chegara em 1924. Para ele existe uma via mestra para testemunhar o Evangelho: doar-se aos outros, até ao fundo, gratuitamente e com alegria. “Um missionário que não dá a sua vida é inútil, não é nada”, escreve em 1959. “Os pagãos exigem a pele, somente a pele, toda a pele, caso contrário não acreditarão em nós de forma alguma. Mesmo que seja um herói de barba rija, se não der a sua alma, é supérflua a barba rija, falso o herói.”
Clemente Vismara nasceu em Agrate Brianza (Itália) em 6 de setembro de 1897. Ficou órfão e em 1913 entrou no Seminário São Pedro de Seveso, onde amadureceu a decisão de se tornar missionário, entrando no Instituto das Missões Exteriores de Milão, hoje Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME).
Ordenado sacerdote na Catedral de Milão em 26 de maio de 1923, depois de poucos meses padre Clemente partiu para a Birmânia (atual Mianmar), onde semeou o Evangelho por todo o resto de sua vida e onde foi sepultado.
Fundou 5 distritos missionário, levou à fé vários povoados, construindo capelas, igrejas, escolas, hospitais... recolhendo as crianças órfãs de famílias destruídas pela fome, epidemias e guerras ou rejeitados porque inválidas (em suas exéquias estava, presentes mais de 200).
Clemente visitava as aldeias pagãs e levava meninos e meninas para serem educados pelas freiras, com ajuda das viúvas expulsas dos vilarejos. Clemente se apaixonava pelos pobres, pelos pequenos, pelos deserdados, pelos que não tinham nada. Levava todos para as missões; fazia-os trabalhar segundo as possibilidade de cada um e lhes dava uma dignidade nova: manter-se com o próprio trabalho. Assim nasceu a Igreja local e Clemente fundou cinco novas paróquias partindo do zero. Hoje a Igreja conta com dezenas de milhares de cristãos e todas as estruturas necessárias, até um hospital mantido pelas freiras de Maria Bambina…
Morreu aos 91 anos, em 15 de junho de 1988, “sem nunca ter envelhecido”, diziam os irmãos; as pessoas chamavam-no de “o sacerdote que sorri sempre” e, no enterro, um mar de pessoas, também budistas e muçulmanos, choravam a sua morte; e no processo diocesano para a beatificação várias pessoas caminharam por dias para virem a Kengtung dar seu próprio testemunho.
No dia em que morreu em Mongping, se difundiu logo a fama de sua santidade e foi chamado "Patriarca da Birmânia".
O lema do beato é “Fazer felizes os infelizes”, sua espiritualidade é simples, mas fortíssima, fundamentada em uma verdade nascida pela experiência vivida do Evangelho: “A vida é bela só se for doada”. Toda uma vida gasta “para fazer felizes os infelizes”.
Escreveu várias cartas, relatórios e artigos para revistas missionárias não somente italianas, onde descreve a vida da missão: por causa da canonização, iniciada em 1996, a postulação recolheu 2.200 cartas e 700 artigos. Foi beatificado em 26 de junho de 2011.
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