A Beata Sibilina Biscossi, nasceu em Pavia em 1287, e era órfã de pai e mãe. Ela perdeu os pais, Umberto Biscossi e Onore de Vezzi, ainda jovem. Nascida na honrada família Biscossi, desde os primeiros anos demostrou grande inclinação à piedade. Apenas teve forças para trabalhar, foi colocada a serviço. Aos doze anos, atingida por uma dolorosa enfermidade, ficou totalmente cega. Se bem que a menina aceitasse com resignação a dolorosa prova, não cessou de rogar a Deus a recuperação da visão, tão necessária a ela que tinha que conseguir o pão de cada dia com o trabalho de suas mãos.
Ela teve então a sorte de encontrar as freiras da Ordem Terceira de São Domingos, que se compadeceram e a levaram consigo. Sibilina logo percebeu que aquele era o mundo para o qual ela estava destinada e então decidiu fazer os votos. Não pesava a sua condição e, apesar da cegueira, desempenhava as suas tarefas com dedicação e vontade, uma convicção acima de tudo lhe abria espaço no pensamento: para lhe permitir cumprir a sua missão com maior proveito, tinha a certeza de que São Domingos concederia a ela visão. Ela esperou o dia da festa do santo, mas o milagre não aconteceu.
Um pouco de tristeza, um pouco de cansaço, o fato é que Sibilina desmaiou diante da estátua do santo: viu São Domingos vir ao seu encontro, estendendo a mão e arrastando-a por milhares de horrores que ela percebida sem vê-los: "Na eternidade, filha querida" - disse o santo no final - "você terá que suportar as trevas, para depois desfrutar da luz eterna". O Santo Patriarca Domingos lhe mostrou uma luz tão maravilhosa, que a fez desejar para sempre aquela luz e nenhuma outra coisa deste mundo. A Beata compreendeu que a sua cegueira podia ser luz e orientação para os outros.
E assim, em 1302, com apenas quinze anos, vestindo o hábito da Ordem Terceira, e inflamada de um amor santo, se retirou em uma ermida junto à igreja dos Frades Pregadores, iniciando uma vida que podemos definir como heroica. A única companheira que teve que compartilhar essa experiência com ela morreu muito cedo e então Sibilina foi deixada sozinha.
Os primeiros sete anos de reclusão, confessou mais tarde, foram certamente os mais difíceis: tinha apenas um vestido para todas as estações do ano, dormia sobre uma mesa de madeira e comia pouco; único vínculo que mantinha com o mundo exterior. uma pequena janela pela qual os cidadãos de Pavia costumavam pedir sua ajuda e conta-se que Sibilina realizou muitos milagres nos 67 anos que passou no claustro. As poucas crônicas que chegaram até nós nos deram duas.
Mais heroico ainda foi perseverar nela por 67 anos, sem jamais abandonar a sua cela: ali permaneceu dos 15 aos 80 anos, na mais severa penitência. O único vínculo que a mantinha com o mundo exterior era uma pequena janela pela qual os cidadãos de Pavia costumavam pedir sua ajuda e conta-se que Sibilina realizou muitos milagres nos 67 anos que passou no claustro. As poucas crônicas que chegaram até nós nos deram duas.
Um deles relata que um dia um padre estava passando sob sua janela para ir a um doente: Sibilina lhe disse que a hóstia que ele carregava não havia sido consagrada. O padre voltou para a igreja e percebeu que havia tirado a hóstia do recipiente errado. Isto demonstra, sem sombra de dúvida, a santidade de Sibilina.
Visitada por prelados e potentados, por devotos e descrentes, ela foi a Sibila cristã que respondia a todos os pedidos de conselho e de conforto. Era o olho luminoso de toda a cidade de Pavia, que reconhecia na cega vidente uma mestra de espírito.
Com coração de mártir suportou as trevas da cegueira, a solidão completa, os rigores e uma severa penitência. Mas o segredo de tanta coragem era sua amorosa contemplação do Crucifixo. Nele ela adquiriu também a sabedoria celeste que a tornou mestra e consoladora de inumeráveis almas que acorriam a ela à procura de luz e de consolação.
A hora de sua morte lhe foi revelada, e ocorreu no dia 19 de março de 1367, na veneranda idade de oitenta anos, cercada pelos religiosos da Ordem, que a assistiram na hora suprema. Seu corpo foi enterrado na igreja de Santa Maria Nuova. Os restos mortais foram posteriormente transportados para a Catedral de Pavia onde foram colocados sob o altar de Santa Lúcia.
O Papa Pio IX confirmou o seu culto em 1853 e em 17 de agosto de 1854 a beatificou. A Ordem Dominicana a recorda no dia 18 de abril.
Etimologia: Sibilina (diminutivo de Sibila) = que dá a conhecer a vontade de Deus, do grego.
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