Evangelho segundo São João 15,9-11.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor.
Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.
Tradução litúrgica da Bíblia
(1696-1787)
Bispo, doutor da Igreja
«Falar com Deus com confiança
e familiaridade»
«Permanecei no meu amor»
Crede que não há amigo, irmão, pai, mãe, esposo ou noivo neste mundo que vos ame mais do que o vosso Deus. A graça divina é o tesouro de elevado preço, o tesouro inesgotável a que se refere o sábio (cf Sab 7,14), que, quando começamos a usá-lo, nos permite participar da amizade com Deus. Nós éramos criaturas débeis, pobres servos; e eis que nos tornamos amigos, e amigos muito queridos do nosso Criador.
Precisamente para nos aumentar a confiança, Ele aniquilou-Se (cf Fil 2,7), abaixando-Se à condição de homem, permanecendo entre os homens (cf Bar 3,38). Mas não Lhe bastou: fez-Se menino, fez-Se pobre, deixou-Se matar injustamente numa cruz diante de todo o povo. Mais ainda, ficou sob as espécies de pão, para Se tornar nosso companheiro de todos os dias e Se unir, em união íntima, a cada um de nós: «Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em Mim e Eu nele» (Jo 6,56), prometeu. Em suma, ama tanto cada um de nós, que é como se não amasse mais ninguém.
E é a Ele, e a mais ninguém, que deveis amar. Sobre Ele, podeis e deveis dizer: «O meu Amado é para mim, e eu sou para Ele» (Cant 2,16); o meu Deus deu-Se sem reservas, e é sem reservas que eu me entrego a Ele; fui escolhido por Ele como objeto da sua ternura, e Ele, alvo e rosado (cf Cant 5,10) entre mil, entre todos, amável e amante, é o eleito do meu coração, o único a quem quero amar.
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