sábado, 13 de fevereiro de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “O Bom Pastor”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
(Ao lado o nosso querido diretor
PE.JOSÉ OSCAR BRANDÃO)
Nome bonito.
 
Se Jesus deixasse para que escolhêssemos um nome bonito para Ele, nunca pensaríamos um “apelido” tão bonito e tão ajustado: o Bom Pastor. Com estas poucas letras Jesus se definiu, se explicou, se programou e “se fez tudo para todos”. Nestas duas palavras podemos encontrar tudo o que Deus é. Certamente a realidade do pastor não é algo de nosso cotidiano. Mas podemos adotá-la a partir do conhecimento que temos da Palavra de Deus. Quando Jesus se chama de Bom Pastor, coloca-se em contraposição com os donos do povo que foram mercenários e abandonaram o povo nas horas de escuridão e dificuldades. 
O Pai me ama porque dou a vida. 
O Pai não exige a morte do Filho, como já se falou. Aceita sua entrega. Não é um Deus vingativo que tira vingança do pecado do mundo sobre um Filho inocente para salvar o escravo malvado. Ele aceita o Filho que doa a vida não na morte, mas em toda a sua vida até à morte. Jesus salienta que o Pai o ama porque dá a vida. O sentido de sua vida está em fazer dela um dom. O Bom Pastor é bom porque doa a vida pelas ovelhas. O amor existente entre nós (ovelhas) e o Pastor acontece no mútuo conhecimento: “Eu conheço minhas ovelhas e elas me conhecem” Este conhecimento é que constitui a segurança de ter nEle, sempre, o refúgio, a defesa e o acolhimento. O nível deste conhecimento é o mesmo existente entre o Pai e o Filho: “Assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai”. O verbo conhecer tem uma significação muito profunda: “vai da inteligência ao coração, da compreensão ao amor, do afeto à ação”. Entre o fiel e Cristo há uma comunhão real e intensa que não é destruída pelas dificuldades e abre-se a um universo maior: outras ovelhas que não são deste aprisco. Todos são convocados e aceitos pelo Bom Pastor. 
Somos filhos porque o Pai nos ama. 
Ser Bom Pastor é ser amor. Amor em Deus é acolher-nos como filhos. Mais do que conduzir-nos, o Pai chama-nos seus filhos. Chamar quer dizer colocar-nos na condição de filhos, pois o somos de fato. É a maior prova de seu amor, pois assim coloca-nos em igualdade com seu Filho. “Ele não se envergonha de chamar-nos irmãos” (Heb 2.11). Não sabemos explicar em que consiste este dom, mas quando Jesus se manifestar seremos iguais a Ele. Nós percebemos mais o que somos na medida em que contemplamos Jesus. Somos pastores com o Bom Pastor. Sendo o domingo das vocações, sentimo-nos na necessidade de nos aproximar e conhecer sempre mais o pastor para podermos fazer de nossa vida o que Ele fez com a sua: doar pelos outros. Não há maior vida conquistada do que aquela que é doada. Jesus aí se conquistou. Que bom se todos nós sacerdotes e mesmo outros encarregados do cuidado do rebanho, tivéssemos a mesma entrega de Jesus, o mesmo amor de acolher, socorrer, curar, carregar ao colo e doar a vida para que todos tenham vida.
(Leituras: Atos 4,8-12; 
1 João 3,1-2; João 10,11-18)
Homilia do 4º domingo da Páscoa (11.05)
EM MAIO DE 2003

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