quinta-feira, 11 de abril de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Sentiu compaixão”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Curando os corações 
Estamos vivendo o Ano Santo especial que tem como finalidade viver a Misericórdia de Jesus e exercê-la em nossa vida. Ano Santo não é só uma comemoração, ou uma referência a um assunto. É um tempo propício de graça e mudança de atitudes para que a misericórdia de Deus seja mais acolhida e também assumida como caminho da Igreja. Papa Francisco não está interessado em movimento de massas no Vaticano, mas que seja um movimento e uma vivência nas comunidades. Ele abriu a Porta Santa no coração da África, em Bangui (República Centro Africana) onde há um clima de grande violência. Por isso a compaixão é a atitude de um coração convertido à misericórdia. O profeta Elias, no Antigo Testamento, ressuscita o filho da dona da casa onde se hospedava. Ela pediu (1Rs 17,17-24). Jesus ressuscita o filho da viúva de Naim que não pediu sua ressurreição. Somente mostrou sua dor, o que foi suficiente para Jesus sentir compaixão e tomar uma atitude máxima. Não disse palavras de consolo. Deu a vida ao filho que era a garantia de vida da pobre viúva, que sem o filho não teria mais futuro (Lc 7,11-17). Os milagres de Jesus não fazem parte de um espetáculo, mas são conseqüência de sua misericórdia. Há quem diga que falando muito da misericórdia, esquecemos da justiça de Deus. É de se perguntar se, quando pedimos a justiça de Deus, nos colocamos em primeiro lugar da fila para sermos julgados? A ressurreição por Elias confirma sua missão profética. A ressurreição realizada por Jesus está unida a sua missão de anúncio da vida nova que receberá do Pai e dará a todos os que crerem Nele, diz na ressurreição de Lázaro (Jo 11,11). Anuncia também que sua missão é a ressurreição universal, fruto da misericórdia de Deus. 
Critérios de evangelização 
A misericórdia não é somente a realização de milagres ou um relacionamento amoroso com as pessoas. Ela é um critério para saber se a missão que exercermos é de fato a de Jesus. É um modo de dirigir a ação pastoral. A evangelização só produzirá frutos se proporcionar a misericórdia de Deus às pessoas, de modo especial aos pobres. São eles que devem ditar o modo como devem ser evangelizados. Se tivéssemos mais misericórdia, o sofrimento do povo seria muito menor, mesmo nos ensinamentos delicados e difíceis de solução como temos no momento atual. Precisamos viver e semear a misericórdia. Mantêm-se regras que estão distantes de resolver a situações. A doutrina deve ser preservada. Aqui também deve haver ressurreição. 
Misericórdia na pastoral 
Jesus discutia com os fariseus sobre a observância de leis sagradas como o sábado, afirmando: “Mas se vós tivésseis conhecido o que significa: ‘Misericórdia quero, e não holocaustos’, não teríeis condenado os inocentes” (Mt 12,7). Igualmente temos leis fundamentais tidas como dogmas intocáveis. Não estaremos repetindo o que fizeram os fariseus? Se tivéssemos em conta a misericórdia em primeiro lugar seria mais fácil resolver e convencer. Quando necessitarmos de misericórdia, saberemos o mal que praticamos. Misericórdia não significa desconhecer a verdade, mas conduzi-la considerando o Evangelho em seu todo e teorias ideologias de um tempo. Aqui temos um longo caminho de estudo e busca da verdade, abertos à misericórdia. “Como a mesma medida que medirdes sereis medidos” (Mt 7,2).

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