Evangelho segundo S. Mateus 9,18-26.
Naquele
tempo, estava Jesus a falar aos seus discípulos, quando um chefe se aproximou e
se prostrou diante d’Ele, dizendo: «A minha filha acaba de falecer. Mas vem
impor a mão sobre ela e viverá». Jesus levantou-Se e acompanhou-o com os
discípulos. Entretanto, uma mulher que sofria um fluxo de sangue havia doze
anos, aproximou-se por detrás d’Ele e tocou-Lhe na fímbria do manto, pensando consigo: «Se eu ao menos Lhe tocar no manto, ficarei curada». Mas Jesus voltou-Se e, ao vê-la, disse-lhe: «Tem confiança, minha filha. A
tua fé te salvou». E a partir daquele momento a mulher ficou curada. Ao
chegar a casa do chefe e ao ver os tocadores de flauta e a multidão em grande
alvoroço, Jesus disse-lhes: «Retirai-vos, porque a menina não morreu; está a
dormir». Riram-se d’Ele. Mas quando mandou sair a multidão, Jesus entrou,
tomou a menina pela mão e ela levantou-se.
E a notícia divulgou-se por toda
aquela terra.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
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Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de João, 4; PG 73, 56
«Jesus entrou e tomou a menina pela mão»
Assim que Cristo entra em nós com a sua
própria carne, nós revivemos inteiramente; é inconcebível ou, mais ainda,
impossível, que a vida não faça viver aqueles nos quais se introduziu. Tal como
se cobre um tição ardente com um monte de palha para manter intacto o germe do
fogo, assim nosso Senhor Jesus Cristo esconde a vida em nós pela sua própria
carne e coloca aí como que uma semente de imortalidade, que afasta toda a
corrupção que trazemos em nós.
Não é pois apenas pela sua palavra que
ele realiza a ressurreição dos mortos. Para mostrar que o seu corpo dá a vida,
como tínhamos dito, ele toca os cadáveres e, pelo seu corpo, dá a vida a esses
corpos já em vias de desintegração. Se o simples contacto da sua carne sagrada
restitui a vida a esses mortos, que benefício não encontraremos nós na sua
Eucaristia vivificante quando a recebemos! [...] Não basta que apenas a nossa
alma seja regenerada pelo Espírito para uma vida nova. O nosso corpo denso e
terrestre também deve ser santificado, pela sua participação num corpo
igualmente denso e com a mesma origem que o nosso, sendo desse modo chamado à
incorruptibilidade.
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