PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
1684. Idéias
fundamentais
“O fio condutor
da Encíclica do Papa Francisco é a defesa da natureza e dos mais fracos diante
do modelo de desenvolvimento que não tem limites e desconhece o crescimento da
pobreza e da destruição de nossa casa comum”.
O novo estilo baseado em S. Francisco se funda no respeito e na
contemplação do mundo criado. A Encíclica Laudato
Si de Papa Francisco gira em torno de três idéias fundamentais: Anota por
primeiro que tudo no mundo está intimamente ligado. O ser humano e a natureza devem ser pensados
juntos. A crise é sócio-ambiental. Não podemos ver as coisas só de um ângulo. O
mundo é complexo e há muitos elementos que influem sobre a realidade e sobre as
pessoas. Não podemos, afirma o Papa, tirar conclusões a partir só de um aspecto,
sobretudo quando se trata de interesses pessoais financeiros, políticos e
religiosos. Isso arrisca prejudicar as pessoas e a natureza. “Em segundo lugar
constata que a crise moral da pessoa é a raiz do sistema no qual a política se
submete aos interesses econômicos e não consegue orientar os povos para um
desenvolvimento integral. A cultura do consumismo não vive a verdadeira
solidariedade. Em terceiro lugar está a importância de um caminho de educação
fundamental a partir da família. “Nela se aprende a importância dos pequenos
gestos que são capazes de formar a pessoa para a relação respeitosa e
responsável para com a natureza e para com as pessoas” São temas profundos e
que exigirão muito esforço de renovação da mente. A base é a educação.
1685. Entrando
em ação
“A Encíclica Laudato sí tem como finalidade ver a crise
sócio-ambiental, convidando a refletir de modo conjunto e mais eficaz no
cuidado de nossa casa comum”. Papa Francisco não quis fazer uma abordagem
especificamente científica nem dar uma palavra final sobre o tema da ecologia.
Recolhe estudos para mostrar que é fruto de uma crise ética profunda. O Papa
recolheu as contribuições das igrejas locais, dos cientistas e de pessoas de
outras religiões. A crítica aos países
mais ricos e grupos de poder técnico, político e econômico coloca como
argumento o grito da natureza e dos pobres. O modelo que há por aí não pode ser
chamado de progresso. Alerta sobre o desperdício que atinge todos os níveis da
população. O Papa Francisco acentua a necessidade de limites éticos. Leis não
resolvem se não se têm o reconhecimento da dignidade de cada pessoa e de cada
ser da natureza, por menor que seja. Diz: “A liberdade humana é capaz de
limitar a técnica e orientá-la e de colocá-la a serviço de outro tipo de
progresso mais sadio e mais integral”.
1686. Formação
da consciência
No último capítulo,
Papa Francisco salienta a importância da educação na formação da consciência. A
pessoa humana só será capaz de tomar decisões coerentes se tem uma consciência
livre e esclarecida. Por isso a necessidade da formação na família, na escola e
na sociedade. E para isso deverá haver grande integração dessas instâncias
formativas fundadas nos valores perenes. No momento atual vivemos situações
difíceis. Não será atacando nem fugindo das situações, mas oferecendo caminhos
que sejam atrativos e ao mesmo tempo ricos de ensinamentos numa metodologia de
participação e comunhão. É necessário superar todo tipo de fundamentalismo,
também católico. A Igreja necessita para ser ouvida, viver mais intensamente o
evangelho e superar o que é pouco evangélico. O pietismo, conservadorismo,
liberalismo e outras tendências, não podem ser o único critério.
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