Deus é livre! E quer a todos
livres! Podemos dizer que “acredita” em nós, pois deixou em nossas mãos a
orientação de nossa vida. Sempre nos trata com muito carinho. Fomos feitos de
tal modo por Deus que podemos encontrar os melhores caminhos para chegar à
felicidade e plena realização. Ele “acredita” em nós, quer dizer, temos em nós
condições para escolher e conduzir nossa vida. Não somos marionetes contraladas
por Deus, muito menos robôs sem autonomia. Deus nos fez livres como Ele é
livre. “Deus é a liberdade em plenitude, porque é a verdade plena, a bondade
completa e o amor total”. Fazendo-nos participantes de sua liberdade, nós
buscamos a verdade, a bondade e o amor. Liberdade é uma palavra que é tomada em
tantos sentidos! O pior deles é esta: ‘Sou dono do bem e do mal, por isso sou
eu quem decide o que é certo ou o que é errado, enquanto me agrada, não levando
em conta outra coisa a não ser meu interesse’. Esta tentação já está no Paraíso
Terrestre, quando o homem e a mulher cairam na tentação e comeram o fruto: “A
serpente disse à mulher: ‘Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos
olhos se abrirão e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”’ (Gn 3,5). O problema não é uma simples
desobediência e comer uma fruta, mas o desejo de ser Deus, decidindo o que é
certo ou errado. Deus deu ao homem tudo, deixando de lado aquilo que, pela
fragilidade humana, faria dele menos homem, deixando de lado o bem e a verdade
sobre si, sobre Deus e sobre o mundo. O desequilíbrio destrói o ser humano. A
liberdade é um dos grandes mistérios de nossa vida. Torna-se difícil falar
dela, pois corremos o risco de danificá-la. Adoramos a Deus que nos fez livres.
Por que? Ele o sabe.
555. Escravos de si
Dizer
“não” à verdade, à beleza e ao bem, é uma perda tão grande que destrói a
liberdade. Já não somos mais livres, mas escravos de algo mais profundo que é o
mal que habita em nós. A
liberdade está justamente em não se deixar dominar por nenhum mal. Cedendo ao
mal, destrói muito de si e destrói em sua volta as pessoas e a natureza e rompe
os laços de amor com Deus. Querer ser Deus é tornar-se a si próprio, um inimigo. Podemos ter a
loucura de recusar a Deus. Secar a fonte é morrer de sede. O mal nos escraviza,
o bem nos deixa livres. Por exemplo: Eu tenho um vício. Sou fumante ao exagero.
Tenho a liberdade de fumar. Tenho a liberdade de parar quando quiser? Claro que
posso, mas torna-se sempre um problema. Não tenho forças para parar, dizemos.
Sou escravo. O bem é livre: Posso rezar, digamos, ou fazer um bem. Resolvo não
fazer mais aquilo. Não há problema. Paro quando quero. Sou livre, nada me
prende. O bem e a verdade geram liberdade.
556. Libertar-se para ser feliz
A liberdade é também uma
conquista. Quanto mais sou senhor de mim, livre e verdadeiro, mais posso
adquirir a verdade, o bem e a beleza que são a realidade do ser. Deixar Deus
ser Deus é o que mais conquista à pessoa a capacidade de ser ela mesma, pois
Deus deixa-me ser eu mesmo. Assim se estabelece a comunicação vital.
Comunicação de vida à vida. Diante dos males que sofremos com o pecado, isto é,
dizer “não” a Deus, à vida, à verdade e ao amor, estamos fragilizados e sem
liberdade de dirigir nossa vida. Para nos dar a vida, Deus envia Jesus como
misericórdia compassiva, Jesus, que assumindo nossa humanidade, faz conosco o
caminho de volta para a liberdade de viver o bem e a verdade. Deste modo as
virtudes nos fazem competentes em ser humanos e com isso, profundamente prontos
para a graça divina que nos faz imersos na divindade.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário