Voltemos para os primórdios da História da América Latina. Era o tempo das conquistas e invasões estrangeiras. Os nativos eram explorados, maltratados, exterminados. Houve quem os defendesse. Um deles Bartolomeu de las Casas, nascido na Espanha em 1474, partiu para a América em 1502. Ordenou-se padre com 33 anos de idade e começou uma campanha corajosa contra a exploração dos indígenas. Além de corajosa, era arriscada porque estava enfrentando seus próprios patrícios.-Embora muito criticado, continuou sua defesa e tornou-se o grande profeta latino-americano em favor da causa dos índios. Não receou enfrentar seus próprios patrícios espanhóis chamando-os de “lobos, leões e tigres cruéis”.-Pregou nos púlpitos e nos livros. Entre suas numerosas obras deve-se mencionar a “História dos índios”. Faleceu em 1566 na Espanha, porque foi julgado “persona non grata” devido às constantes denúncias contra patrões e escravizadores de índios
Do muito que escreveu contra os exploradores, destaquemos este trecho: “Os espanhóis se arremessaram como lobos sobre esses cordeiros tão dóceis e tão dotados pelo Criador... Ainda hoje, passados quarenta anos, outra coisa não fazem do que despedaçar, matar, afligir, atormentar e destruir esse povo... de tal sorte que, dos três milhões habitantes que havia na Ilha Espanhola e que nós vimos, não há hoje nem duzentos...”Pagou caro tanta coragem profética. Teve que voltar para a Espanha, mas continuou defendendo os índios, através de escritos.
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