Gregório de Nazianzo foi ao mesmo tempo homem de acção e de contemplação; filósofo e poeta; incerto entre a vida activa e a vida ascética, entre a pregação e a meditação. Desde pequeno, consagrou-se Gregório à castidade, que lhe aparecera em sonhos como uma menina vestida de branco. Já maior, estudou nas mais importantes cidades do Oriente: Cesareia, na Palestina; Alexandria, no Egipto; e Atenas, na Grécia.
Em Atenas, cimentou a sua amizade com Basílio (Santo cuja festa é celebrada neste mesmo dia) e voltando os dois à Capadócia, decidiram retirar-se para a solidão e meditação. Aliás, foi esta vocação para a vida solitária que viria a ser a fiel companheira dos altos e baixos de S. Gregório. Tempos depois, ao regressar a Nazianzo é ordenado sacerdote.
A sua actividade mais célebre encontra-se ligada a Constantinopla, onde bastava entrar numa padaria para ouvir falar do problema da Santíssima Trindade (segundo S. Gregório), ou seja, tratava-se de um tempo de polémicas religiosas em que questões de fé era rebaixadas ao nível do sacrilégio e da blasfémia. Como dizia S. Gregório, quem trata do dogma, deve estar à altura do dogma. E foi assim, estando à altura da sua missão de pregação que, além de sábio, convincente, não o era somente porque conhecia a doutrina cristã, mas também porque a vivia de forma exemplar.
No entanto, por uma série de oposições maldosas, Gregório não chegou a ser Bispo de Constantinopla, como desejava o povo e despedindo-se humildemente, teve que voltar à sua terra natal: Nazianzo. Aí, em silêncio, continuou o seu falar com os homens e com Deus, escrevendo 240 cartas, muito importantes pelo seu conteúdo teológico ou moral e belas pela sua forma literária. Antes de partir para o Paraíso, em 390, compôs centenas de poesias em elegantes versos gregos que lhe mereceram um lugar de destaque na história da poesia, além da gloriosa fama de Santo.
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