Evangelho segundo São Lucas 2,16-21.
Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura.
Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino.
E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam.
Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração.
Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado.
Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno.
Tradução litúrgica da Bíblia
São Pio X(1835-1914)papa
Encíclica «Ad diem illum laetissimum»
( Libreria Editrice Vaticana,rev.
trad.©copyright )
Chamados filhos de Maria
Sendo Mãe de Deus, Maria é também nossa Mãe. Jesus, o Verbo encarnado, é o Salvador do género humano. Enquanto Deus-Homem, tem um corpo como os outros homens; enquanto redentor da nossa raça, tem um corpo espiritual, ou místico, que é a sociedade dos crentes, a Ele ligados pela fé. «Sendo muitos, formamos um só corpo em Cristo Jesus» (Rom 12,5). Ora, a Virgem não concebeu o Filho apenas para que, recebendo dela a natureza humana, Ele Se tornasse Homem, mas também para que, por meio desta natureza dela recebida, viesse a ser o Salvador dos homens. Foi por isso que os anjos disseram aos pastores: «Nasceu-vos hoje o Salvador, que é Cristo Senhor» (Lc 2,11).
Foi no seio casto da Virgem, onde Jesus assumiu carne mortal, que apareceu o corpo espiritual, formado por todos aqueles que haveriam de crer nele; e podemos dizer que, tendo Jesus no seu seio, Maria tinha em si todos aqueles cuja vida era alcançada pela vida do Salvador. Assim, pois, todos nós, que, unidos a Cristo, somos «membros do seu corpo, vindos da sua carne e dos seus ossos» (Ef 5,30), devemos considerar-nos originários do seio da Virgem, de onde saímos um dia, qual corpo ligado à sua cabeça.
É por isso que somos chamados, em sentido espiritual e totalmente místico, filhos de Maria, e que ela é, por seu turno, Mãe de todos nós. Assim, pois, se a bem-aventurada Virgem é Mãe de Deus e Mãe dos homens, intercederá certamente com todas as forças junto de seu Filho, «cabeça do corpo que é a Igreja» (Col 1,18), a fim de que Ele distribua por nós, que somos os seus membros, os dons da sua graça, nomeadamente o dom de O conhecermos e de vivermos por Ele (cf 1Jo 4,9).
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