A Princesa Isabel e sua devoção a Nossa Senhora Aparecida
A história da Princesa Isabel com Nossa Senhora Aparecida é muito bonita e conhecida
por poucos.
A Princesa Isabel era devota fervorosa de Nossa Senhora Aparecida e tinha o sonho de ser mãe de um menino que herdasse o trono da realeza. Com o objetivo de ser mãe a qualquer custo, a Princesa Isabel sofreu vários abortos e a primeira gravidez que conseguiu levar até os nove meses foi frustrante, porque resultou no nascimento de uma menina morta, após um trabalho de parto difícil e muito doloroso de 50 horas. Foi um momento muito triste. Mas muito persistente e devota de Nossa Senhora Aparecida, a Princesa Isabel pedia com muita fé o favor da Santa Mãe de Deus de lhe conceder um filho, e no mês de Maria se dedicava limpando e adornando diariamente, com flores frescas, a Igreja de Petrópolis (RJ) onde morava. Um ano após perder a filha, a Princesa deu à luz o herdeiro do trono. No dia 15 de outubro de 1875 nasceu D. Pedro de Alcântara; o menino nasceu asfixiado em consequência do fórcipe e sofreu lesões no braço esquerdo. Foi com muita fé que a Princesa Isabel conseguiu realizar o sonho de ter um filho, após 11 anos de casada. Nos anos seguintes a realeza brasileira ganhou outros dois herdeiros, D. Luiz Maria e D. Antônio. Por duas vezes, durante o Império, a Princesa se fez romeira da santa e lhe ofereceu régios presentes. Em 6 de novembro de 1888, a Princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e ofertou à santa, em agradecimento por uma graça alcançada (promessa feita em sua primeira visita, em 8 de dezembro de 1868), uma coroa de ouro de 14 centímetros de altura e 11 de largura, feita com 300 gramas de ouro 24 quilates, cravejada com 40 diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado. Esta é a mesma coroa com que a Imagem foi coroada Rainha do Brasil em 8 de setembro de 1904 e que está coroando Nossa Senhora em Aparecida até hoje. Isabel, filha do último Imperador do Brasil, D. Pedro II, nasceu em julho de 1846. Casou-se com 18 anos, com D. Luiz Felipe d’ Orleans, o Conde d’Eu e governou o Brasil por três vezes. Na terceira vez, assinou a Lei Áurea, que aboliu a escravidão. Por esse nobre motivo o Papa Leão XIII concedeu a ela a Rosa de Ouro, em 28 de setembro de 1888. A princesa foi a única brasileira a receber a Rosa de Ouro. Os outros dois exemplares foram dedicados ao Santuário Nacional de Aparecida pelos Papas Paulo VI em 1967 e Bento XVI em 2007. A história de Aparecida tem outro fato curioso sobre a passagem da Princesa Isabel. No ano de 1857, o escravo Zacarias fugiu de Curitiba e veio para Bananal, cidade de São Paulo, sendo preso e algemado. Ao passar pela Capela de Aparecida, pediu ao feitor a licença de ver Nossa Senhora Aparecida e ele permitiu. Ao fazer o seu pedido de clemência por liberdade, o escravo se ajoelhou e ergueu os braços algemados e fez a prece. A corrente caiu tinindo no chão. Foi um dos primeiros milagres conhecidos de Nossa Senhora Aparecida a correr pelas vilas vizinhas e pela província. Quando aconteceu o milagre da libertação de Zacarias, todos os escravos tinham a esperança de também serem libertos. Outro escravo conseguiu autorização do feitor para entrar na Capela. Rezou e fez o mesmo pedido, mas a corrente não se abriu. Ele rezou tristemente e ficou decepcionado por não ter alcançado o milagre. Levantou-se e descendo a antiga Rua da Calçada, hoje Ladeira Monte Carmelo, no centro de Aparecida, viu a comitiva real. O escravo ajoelhou-se e pediu a bênção da Princesa. Dona Isabel ordenou então que o escravo fosse posto em liberdade. As correntes não caíram no chão como o do escravo Zacarias, mas Nossa Senhora fez com que a princesa fosse tocada pelo gesto do escravo e lhe concedesse a libertação. Por ter assinado a libertação dos escravos a Princesa recebeu o título de ‘Redentora’. Após 32 anos de desterro, a Princesa faleceu em Paris no dia 14 de outubro de 1921.
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