Edite nasceu no ano de 961 d.C. Era filha do rei Edgar com uma ilustre dama da corte que ele havia criado e que se chamava Wilfrida. Com a morte de sua esposa, a rainha, ele quis se casar com aquela dama que ele havia desonrado, mas Wilfrida não quis consentir com isso, e acabou recebendo o véu no mosteiro de Wilton, onde se tornou abadessa pouco tempo depois. Ela quis encarregar-se da educação de sua filha Edite, que desta forma foi afastada da corrupção mundana, antes mesmo de sentir seus efeitos.
A jovem princesa aproveitou tão bem os exemplos e instruções dados por sua mãe que também se tornou religiosa no mesmo mosteiro. Ela realizava as tarefas de Marta aos olhos de todas as religiosas e externas, e as funções de Maira aos olhos de Nosso Senhor; pois, sem levar em conta a sua origem, Edite se dedicava aos mais humildes serviços da casa, assistia aos doentes e se fazia a serva dos estrangeiros e dos pobres. Para eles Edite fundou um hospital, perto de seu mosteiro, que sempre poderia acolher treze pessoas. Socorrendo com seus recursos e seus cuidados aqueles que ela sabia serem indigentes, ela procurava os aflitos para consolá-los e preferia conversar com os leprosos, abandonados por todo mundo, a conversar com os grandes príncipes do reino. Mais as pessoas eram enxotadas pelos outros devido às suas enfermidades, mais elas eram bem-vindas junto a Edite; numa palavra, ela era incomparável no seu zelo em prestar serviço ao próximo. Reprimia imediatamente todas as tentações de luxo e de grandeza. Tal foi a vida desta jovem princesa até a idade de quinze anos.
O rei foi informado das inúmeras virtudes de sua filha, e quis nomeá-la abadessa de três mosteiros; mas ela agradeceu-lhe e se contentou de propor-lhe, para tais funções, religiosas que sua humildade a fazia crer serem muito mais capazes que ela de ocuparem esses cargos. Ela não conseguiu deixar a casa onde havia já recebido tantas graças; também amava mais obedecer que comandar, e permanecer sob o comando de sua mãe que estar encarregada de comandar os outros. Mas sua humildade apareceu muito mais quando Edite recusou a coroa da Inglaterra, pois após a morte de Santo Eduardo II, que a Igreja honra como mártir, os senhores foram encontrá-la para apresentar-lhe o cetro, e deram-lhe todas as razões possíveis, tentando mesmo por meio de violência, obrigá-la a aceitá-lo.Ela resistiu-lhe o tempo todo generosamente, e teria sido mais fácil transformar os metais, diz seu historiador, a tirá-la de seu claustro, a fazê-la deixar a decisão que havia tomado de devotar toda a sua vida a Deus.
Tradução e Adaptação :
Gisèle Pimentel
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