PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
153 grandes peixes
Estamos no ciclo das aparições de Jesus depois que ressurgiu dos mortos. Os discípulos voltam a sua vida de antes, à beira do lago, vivendo da pesca. Há um diálogo de Pedro e os companheiros: “Vou pescar”. Os outros logo se animam e dizem: “Também vamos contigo”. Esse evangelho não quer somente narrar uma pesca maravilhosa, mas ir mais longe, narrar o resultado da pregação na força de Jesus. Naquela noite nada pescaram. De madrugada, voltando, vêem um vulto. Não sabem que é Jesus que lhes pergunta se eles têm peixe. Diante da resposta negativa, diz: “Lançai as redes à direita da barca e achareis”. Lançaram a rede e não conseguiam puxá-la devido à quantidade de peixes. O fato de ser lançada à direita, não se refere a uma posição política, mas trata-se da direita de Deus onde está Cristo glorificado. Imediatamente João reconhece Jesus. A fé faz perceber a ação de Jesus na realidade do mundo. O mar profundo é símbolo do mundo. As redes simbolizam a pregação da Palavra de Deus. Elas são lançadas da barca, isto é, da Igreja. Apanharam 153 peixes. Há interpretações sobre esse número. Uns dizem ser o número dos povos conhecidos. Outros opinam que havia esta quantidade de peixes conhecidos. Significa abundância do fruto da pregação nos inícios da Igreja. A pregação não é resultado de uma ação humana, mas da força da Palavra de Jesus. Quem tem fé é capaz de ver aí a ação de Deus. Quando chegaram à praia viram um fogo aceso e peixes em cima. Que podemos entender? Não se trata de uma refeição, mas indica que Jesus é o Senhor da evangelização. É Ele quem transforma os corações pelo fogo do Espírito. É Jesus quem os sustenta. A missão dos apóstolos continua a missão de Jesus. É Ele quem dá o resultado e alimenta.
É preciso obedecer antes a Deus
Os discípulos, logo após Pentecostes, iniciam com força a pregação testemunhando que Jesus está vivo. Jesus já havia preparado o terreno com sua vida e pregação. Por isso, a semente lançada pelos apóstolos dá um fruto abundante. Por isso são presos e levados a julgamento no templo. A autoridade religiosa do povo judeu proíbe falar em nome de Jesus. A acusação é clara: “Já enchestes Jerusalém com vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem! (At 5,28). Os apóstolos têm uma resposta clara: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens” (id 29). A consciência de sua missão dá-lhes força para enfrentar e continuar. Pedro aproveita a ocasião para um anúncio fundamental: “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-O numa cruz... por seu poder, O exaltou, tornando-O Guia Supremo e Salvador para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos pecados. E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem” (id. 29-32).
O Cordeiro imolado é digno de honra...
“Deus O constituiu Guia Supremo e Salvador”. A certeza da glorificação que Jesus recebeu de seu Pai é a origem da força que os apóstolos possuem. Jesus para eles, na linguagem do Apocalipse, não era um que estivera com eles. Mas Aquele que está glorificado. Ele é superior a toda força. Por Ele vale sofrer as dificuldades e prisões. Nesse aspecto, podemos falhar em nossa pregação quando não vemos sua direção. Tudo é feito para que Cristo seja reconhecido no seu poder de ressuscitado e glorificado. Não é somente um do passado, mas vive em nosso futuro. O amor domina a relação de Jesus com os seus.
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