quarta-feira, 20 de março de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Lançai as redes”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
153 grandes peixes 
Estamos no ciclo das aparições de Jesus depois que ressurgiu dos mortos. Os discípulos voltam a sua vida de antes, à beira do lago, vivendo da pesca. Há um diálogo de Pedro e os companheiros: “Vou pescar”. Os outros logo se animam e dizem: “Também vamos contigo”. Esse evangelho não quer somente narrar uma pesca maravilhosa, mas ir mais longe, narrar o resultado da pregação na força de Jesus. Naquela noite nada pescaram. De madrugada, voltando, vêem um vulto. Não sabem que é Jesus que lhes pergunta se eles têm peixe. Diante da resposta negativa, diz: “Lançai as redes à direita da barca e achareis”. Lançaram a rede e não conseguiam puxá-la devido à quantidade de peixes. O fato de ser lançada à direita, não se refere a uma posição política, mas trata-se da direita de Deus onde está Cristo glorificado. Imediatamente João reconhece Jesus. A fé faz perceber a ação de Jesus na realidade do mundo. O mar profundo é símbolo do mundo. As redes simbolizam a pregação da Palavra de Deus. Elas são lançadas da barca, isto é, da Igreja. Apanharam 153 peixes. Há interpretações sobre esse número. Uns dizem ser o número dos povos conhecidos. Outros opinam que havia esta quantidade de peixes conhecidos. Significa abundância do fruto da pregação nos inícios da Igreja. A pregação não é resultado de uma ação humana, mas da força da Palavra de Jesus. Quem tem fé é capaz de ver aí a ação de Deus. Quando chegaram à praia viram um fogo aceso e peixes em cima. Que podemos entender? Não se trata de uma refeição, mas indica que Jesus é o Senhor da evangelização. É Ele quem transforma os corações pelo fogo do Espírito. É Jesus quem os sustenta. A missão dos apóstolos continua a missão de Jesus. É Ele quem dá o resultado e alimenta.
É preciso obedecer antes a Deus 
Os discípulos, logo após Pentecostes, iniciam com força a pregação testemunhando que Jesus está vivo. Jesus já havia preparado o terreno com sua vida e pregação. Por isso, a semente lançada pelos apóstolos dá um fruto abundante. Por isso são presos e levados a julgamento no templo. A autoridade religiosa do povo judeu proíbe falar em nome de Jesus. A acusação é clara: “Já enchestes Jerusalém com vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem! (At 5,28). Os apóstolos têm uma resposta clara: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens” (id 29). A consciência de sua missão dá-lhes força para enfrentar e continuar. Pedro aproveita a ocasião para um anúncio fundamental: “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-O numa cruz... por seu poder, O exaltou, tornando-O Guia Supremo e Salvador para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos pecados. E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem” (id. 29-32). 
O Cordeiro imolado é digno de honra... 
“Deus O constituiu Guia Supremo e Salvador”. A certeza da glorificação que Jesus recebeu de seu Pai é a origem da força que os apóstolos possuem. Jesus para eles, na linguagem do Apocalipse, não era um que estivera com eles. Mas Aquele que está glorificado. Ele é superior a toda força. Por Ele vale sofrer as dificuldades e prisões. Nesse aspecto, podemos falhar em nossa pregação quando não vemos sua direção. Tudo é feito para que Cristo seja reconhecido no seu poder de ressuscitado e glorificado. Não é somente um do passado, mas vive em nosso futuro. O amor domina a relação de Jesus com os seus.

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