sábado, 13 de janeiro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Um Deus em nosso coração”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Conduzirá à plena verdade
            Na solenidade da Santíssima Trindade corremos o risco de pensar que não entendemos nada, por isso deixamos aos entendidos. Não Deus é complicado. Na vida futura estaremos mergulhados neste mistério e poderemos conhecer sempre mais o Infinito que nos fará infinitamente felizes. Jesus dissera: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de compreendê-las agora”. Não precisamos nos preocupar, pois o “Espírito Santo nos conduzirá à verdade plena” (Jo 16,12-13). O Pai enviou Jesus para nos revelar seu inefável mistério. Somente com Jesus temos conhecimento de um Deus Uno e Trino. Este mistério não é incompreensível porque o Espírito Santo foi dado para nos conduzir a esta verdade, como disse Jesus. O conhecimento de Deus Trindade não é somente intelectual: Creio! Aceito! Todos os que procuram Deus sabem que o relacionamento é de pessoa a Pessoa, vital. Ele nos envolve na comunhão que há entre as três Pessoas Divinas. A verdade nos introduz no amor. Quando somos capazes de amar as pessoas é porque já amamos a Deus. Sua Vida penetra nossa vida. Viver a fé cristã é estabelecer comunhão. Jesus diz: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada” (Jo 14,21). O conhecimento da Trindade, em primeiro lugar é por contato, depois por explicação. O contato é esta comunhão que se estabelece porque Deus mora em nós. Quanto mais moramos Nele, mais nossas ações corresponderão a esta verdade. O amor ao próximo e o amor a Deus se fundem num só amor. Quando falamos de amor não falamos de sentimento, mas de entrega de vida. Nossa adoração a Deus será verdadeira na medida em que vivermos como Jesus viveu: “Aquele que diz que permanece Nele, deve também andar como Ele andou” (1Jo 2,6).
Brincando na superfície da terra
            A seriedade da liturgia da Palavra é quebrada pela beleza da alegre Sabedoria. O livro dos Provérbios relata a eterna criação da Sabedoria, que identificamos com Jesus. O autor a coloca como uma criança que brinca pelo Universo para dar alegria ao Pai que a gerou: “Fui gerada quando não existiam os abismos... Ele ainda não havia feito as terras... quando lançava os fundamento da terra, eu estava a Seu lado como mestre de obra, eu era Seu encanto, dia após dia, brincando na superfície da terra, e alegrando-me em estar com os filhos dos homens” (Pr 8,22-31). É uma imagem linda de um Deus que sabe brincar. O Deus sisudo não cabe no amável Criador. Criou o homem para seu prazer: “O coração do homem é o paraíso de Deus”, diz Santo Afonso. Por isso lembramos: “Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista... perguntamos: Senhor que é o homem para dele assim vos lembrardes dele e o tratardes com tanto carinho? Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor” (Sl 8).
A esperança não decepciona
            Conhecendo Deus, mantemos viva a esperança em viver com Ele. Paulo escreve: “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Por isso rezamos: “Proclamando que sois Deus eterno e verdadeiro adoramos cada uma das Pessoas, na mesma Natureza e igual majestade” (prefácio). O relacionamento com a Trindade dá-nos a esperança de sermos uma oferenda eterna assim como são aceitas e santificadas nossas oferendas. A Eucaristia é um louvor e uma adoração porque amamos e somos amados.
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