Evangelho
segundo S. Lucas 3,23-38.
Ao iniciar o seu ministério, Jesus tinha cerca de trinta
anos. Supunha-se que era filho de José; e este de Eli,
e assim sucessivamente: de Matat, de Levi, de Melqui, de Janai, de José,
de Matatias, de Amós, de Naum, de Esli, de Nagaí,
de Maat, de Matatias, de Chimei, de Josec, de Jodá,
de Joanan, de Ressa, de Zorobabel, de Salatiel, de Neri,
de Melqui, de Adi, de Cosam, de Elmadam, de Er,
de Jesua, de Eliézer, de Jorim, de Matat, de Levi,
de Simeão, de Judá, de José, de Jonam, de Eliaquim,
de Meleá, de Mená, de Matatá, de Natan, de David,
de Jessé, de Obed, de Booz, de Salá, de Nachon,
de Aminadab, de Admin, de Arni, de Hesron, de Peres, de Judá,
de Jacob, de Isaac, de Abraão, de Tera, de Naor,
de Serug, de Ragau, de Péleg, de Éber, de Chela,
de Quenan, de Arfaxad, de Sem, de Noé, de Lamec,
de Matusalém, de Henoc, de Jared, de Maleleel, de Quenan,
de Enós, de Set, de Adão, de Deus.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja
Carta 31; PL 54, 791
A linhagem de Jesus Cristo
De nada serve dizer que Nosso Senhor, filho
da Virgem Maria, é realmente homem, se não se crê que o é como o Evangelho o
proclama. Quando Mateus nos fala da genealogia de Jesus Cristo, filho de David,
filho de Abraão, desenha, a partir da origem da humanidade, a linhagem das
gerações até José, de quem Maria estava noiva. Lucas, pelo contrário, sobe os
sucessivos graus para conduzir ao início do género humano, e mostra assim que o
primeiro e o último Adão são da mesma natureza (3,23ss.). O Filho de Deus omnipotente poderia certamente manifestar-Se para instrução e
justificação dos homens tal como apareceu aos patriarcas e aos profetas sob
forma carnal: por exemplo, quando lutou com Jacob (Gn 32,25), ou quando
estabeleceu um diálogo com Abraão, aceitando a sua hospitalidade a ponto de
tomar o alimento que este Lhe apresentou (Gn 18). Mas estas aparições eram
apenas sinais, imagens do homem cuja realidade anunciavam, uma realidade que
tinha a sua origem nestes antepassados. Nenhuma imagem poderia realizar o mistério da nossa redenção, preparado desde
antes do tempo, desde a eternidade. O Espírito ainda não tinha descido sobre a
Virgem, e a força do Altíssimo ainda não tinha estendido sobre ela a sua sombra
(Lc 1,35). A Sabedoria ainda não tinha construído uma morada onde o Verbo
pudesse encarnar, de modo que a natureza de Deus e a do escravo se unissem numa
só pessoa, o Criador do tempo nascesse no tempo, e Aquele por quem tudo foi
feito fosse gerado entre todas as criaturas. Se o homem novo não Se tivesse
assimilado à carne do pecador e carregado a nossa decrepitude, se não tivesse
condescendido, Ele que era consubstancial ao Pai, em tomar a substância de sua
Mãe e assumir a nossa natureza, exceto no pecado, a humanidade seria mantida
cativa à mercê do demónio, e não poderíamos gozar da vitória triunfal de
Cristo, porque esta teria acontecido fora da nossa natureza. É, por
conseguinte, da admirável participação de Cristo na nossa natureza que brota
para nós a luz do sacramento da regeneração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário