PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Instrumento
de união
Refletimos
no domingo passado sobre a videira e os ramos. É uma comparação que Jesus usa
para explicar o modo de união de vida com Ele e também o modo de perder esta Vida.
Para ter a vida é preciso estar unido a Ele. “Deus enviou seu Filho único ao
mundo, para que tenhamos Vida por meio dele” (1Jo
4,9). A união se faz pelo dom da fé, que é crer em Jesus, e pela
obediência aos mandamentos (que não são pesados). O mandamento fundamental é o
amor. A vida divina que circula na Trindade Santa e, entre Jesus e os seus, é o
amor. São João nos dá a maior definição de Deus: “Quem não ama não chegou a
conhecer a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4,8).
A Vida de Deus é o Amor. Nós temos esse amor pelo Espírito que nos foi dado. Tudo
que se refere a Deus em nós, Jesus o faz pelo seu Espírito. O amor não isola,
pois, é próprio do amor difundir-se. Amar não é só um esforço pessoal, mas
acolhimento de um dinamismo. É um dinamismo de alegria: “Disse-vos isso, para
que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena” (Jo 15,11). Em Deus, a Alegria é o Espírito,
presença de Deus que é Vida.
Amor
abertura
Amor
oblativo que dá a vida em favor dos amigos, aqueles que se amam só para seu bem.
O Amor de Deus não é uma conquista, mas um dom, como lemos na primeira carta de
S.João: “Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou seu
Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. Nisto consiste o
amor: Não fomos nós que amamos a Deus , mas foi Ele que nos amou e enviou seu
Filho...” (1Jo 4,9-10). O amor de abertura
do Espírito se dá na casa de Cornélio que, pagão, recebe o mesmo Espírito que
recebem os apóstolos, com as mesmas manifestações. Pedro afirma: “Deus não faz
distinção de pessoas, pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a
justiça, de qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10,35-35). O amor de Deus é aberto a toda a humanidade e a
todo Universo. Quando não amamos, pecamos, isto é, cortamos a seiva desde amor,
pois isso morremos. Percebemos a importância de viver na “graça de Deus”, isto
é, no amor. Muda-se o relacionamento com Deus: antes de fazermos coisas boas
para adquirir méritos (isso é comércio), devemos acolher a seiva do Amor e
fazê-la crescer no mundo. Quem assim não faz, arrisca-se de ter entendido nada
de Deus.
O
conhecimento pelo amor
“Não
vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo
amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15). “Os amigos são introduzidos no
conhecimento misterioso, divino, de tudo o que Jesus escutou do Pai no colóquio
eterno, vivido fielmente, porque o Desígnio vem até nós através do Filho” (T.Frederici). Mais que escravos, somos filhos. Entramos
em num ensinamento magnífico da Igreja. Temos dois modos de conhecer a Deus:
Pela inteligência estudando e aprendendo a doutrina e as verdades sobre Deus e,
pelo Amor, no qual Deus nos instrui
pelo amor para com Ele que é a Verdade. Temos o exemplo de tantos santos, como
S. Catarina de Sena, analfabeta e explicava ao Papa a verdade, e como S.
Geraldo que explicava teologia aos professores. Este é o conhecimento que tem o
povo de Deus que não estudou.
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