Evangelho segundo S. João 3,13-17.
Naquele
tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Ninguém subiu ao Céu senão Aquele que desceu do
Céu: o Filho do homem. Assim como Moisés elevou a serpente no deserto,
também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita
tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho
Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida
eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele».
Da Bíblia Sagrada
- Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de
Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 1 sobre a Cruz e o Ladrão 1; PG 49,
399-401
«Também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que
acredita tenha nele a vida eterna»
Hoje Nosso Senhor Jesus Cristo está na cruz
e nós estamos em festa, para que saibais que a cruz é uma festa e uma celebração
espiritual. Antigamente, a cruz designava um castigo; hoje, tornou-se objecto de
honra. Outrora símbolo de condenação, ei-la, hoje, princípio de salvação. Porque
para nós ela é a causa de inumeráveis bens: libertou-nos do erro, iluminou-nos
nas trevas e reconciliou-nos com Deus; fôramos para Ele inimigos e longínquos
estrangeiros, e ela deu-nos a sua amizade e fez-nos aproximar-nos dele. A cruz é
para nós a destruição da inimizade, o penhor da paz, o tesouro de mil bens.
Graças a ela, deixámos de errar pelos desertos, porque conhecemos
agora o verdadeiro caminho. Não ficamos do lado de fora do palácio real, porque
encontrámos a porta. Já não tememos as armas inflamadas do diabo, porque
descobrimos a fonte. Graças a ela, saímos do estado de viuvez, porque
reencontrámos o Esposo. Não tememos o lobo, porque temos o bom pastor. Graças à
cruz, não receamos o usurpador, porque moramos ao lado do Rei.
Eis
porque estamos em festa ao celebrar a memória da cruz. O próprio São Paulo nos
convida à festa em honra da cruz: «Celebremos, pois, a festa, não com o fermento
velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da pureza
e da verdade» (1Cor 5,8). E deu ainda a razão para tal honra, dizendo: «Pois
Cristo, nossa Páscoa, foi imolado por nós» (v.7).
Nenhum comentário:
Postar um comentário