quinta-feira, 18 de julho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Um só corpo com Cristo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Comunhão dos Santos
 
O mês de novembro traz um ensinamento bonito no contexto das celebrações. Iniciamos o mês com a festa de Todos os Santos e a celebração dos mortos. É uma chamada forte a um aspecto da vida cristã: a comunhão de todos em Cristo para a glória do Pai. Ao enviar o Filho ao mundo para salvar, tinha como finalidade levar à participação de Sua vida na comunhão. Esta comunhão - união inicia-se aqui e tem sua continuação na eternidade feliz. O Papa Francisco fez uma bela reflexão sobre esse tema no dia 30.10.13. Lembrou, citando o Catecismo da Igreja Católica, que a Comunhão dos Santos compreende duas realidades: a comunhão nas coisas santas e a comunhão entre as pessoas santas (n. 948). Existe uma comunhão entre os que creem em Cristo. Esta comunhão acontece entre as pessoas e as coisas santas. Santos aqui não são os “perfeitos”, mas os que Deus santificou em Cristo. João relata que Jesus rezou ao Pai pela comunhão entre os discípulos, com estas palavras: “Para que todos sejam um, assim como Tu, Pai, estás em Mim e eu em Ti, para que também eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu Me enviaste” (Jo 17, 21). A Igreja, em sua constituição mais profunda, é comunhão com Deus, familiaridade com Deus, comunhão de amor com Cristo e com o Pai no Espírito Santo, que se prolonga em uma comunhão fraterna (Papa Francisco). Ao falar de santos e de falecidos estamos dizendo que circula uma vida divina que leva à união como em um corpo onde todas as células estão unidas entre si transmitindo vida que salva. Esse é o fundamento da Igreja que tem uma visibilidade através das pessoas e das estruturas. Estas não podem ser mais importantes que a Comunhão dos Santos. Daqui nasce também a missão: levar outros à mesma comunhão com Deus, no corpo de Cristo. Só é missionário quem vive na Comunhão.
União na caridade 
“Há, então, uma unidade de todos em Cristo. Esta relação entre Jesus e o Pai é a fonte do vínculo entre nós cristãos: se estamos intimamente inseridos Nele, nesta fornalha ardente de amor que é a Trindade, então podemos nos tornar verdadeiramente um só coração e uma só alma entre nós” (Papa Francisco). O amor que circula no Corpo de Cristo nos une ao amor que há entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Tudo que há de bom vai para todos. Isso é a Comunhão dos Santos. O que há de mal é purificado pelo Sangue de Cristo. O amor de Deus queima também os nossos pecados. Quem participa: Todos. Quem busca o bem e evita o mal vive em Deus. O amor de Deus queima os nossos egoísmos, os nossos preconceitos, as nossas divisões interiores e exteriores. Paulo nos fala da imagem do corpo e membros. Todos os membros são diferentes, mas fazem parte um do outro (1Cor 12,1-30). 
Frágeis mas fortalecidos. 
Como fazemos parte de um corpo, podemos nos apoiar mutuamente, pois fisicamente reunidos em nome de Jesus, temos sua presença no meio de nós: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome. Eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). Em Cristo, vivido na comunhão fraterna, podemos nos ajudar materialmente e espiritualmente. Estamos unidos também aos santos que estão na Glória e aos que estão na purificação. A fé católica não só acredita como estimulou e sempre rezou pelos mortos. Sempre confiou na oração aos santos para que intercedam por nos. Isso não diminuiu a mediação de Cristo. O momento de maior oração é a Eucaristia na qual realizamos esta comunhão com os santos e os falecidos. Eles, unidos a Cristo também rezam por nós. Esta é a fé católica que se apoia na doutrina do Corpo Místico de Cristo.
ARTIGO PUBLICADO EM NOVEMBRO DE 2013

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