Evangelho segundo São Mateus 17,10-13.
Ao descerem do monte, os discípulos perguntaram a Jesus: «Porque dizem os escribas que Elias tem de vir primeiro?».
Jesus respondeu-lhes: «Certamente Elias há de vir para restaurar todas as coisas.
Eu vos digo, porém, que Elias já veio; mas, em vez de o reconhecerem, fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem será maltratado por eles».
Então, os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Batista.
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Milão, doutor da Igreja
Elias e o jejum; PL14, 697
«Irá à frente, diante do Senhor, com o
espírito e o poder de Elias» (Lc 1,17)
O que é o jejum, senão a essência e a imagem do Céu? O jejum é o conforto da alma e o alimento do espírito. O jejum é a vida dos anjos; o jejum é a morte do pecado, a destruição dos erros, o remédio da salvação, a raiz da graça, o fundamento da castidade. Por esta escada, chegamos mais depressa a Deus. Elias subiu por esta escada antes de subir no carro; e, ao partir para o Céu, deixou ao seu discípulo essa herança de sobriedade e abstinência (cf 2Rs 2,11-15).
Foi com a força e o espírito de Elias que João veio (cf Lc 1,17). Com efeito, também no deserto ele se entregava ao jejum, alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre (cf Mt 3,4). Por tal razão, esse, que pelo seu autodomínio submeteu as necessidades da vida humana, foi considerado, não um homem, mas um anjo. Lemos a este propósito: «Um profeta? Sim, digo-vos, e mais que um profeta. É acerca dele que está escrito: "Eis que Eu envio o meu mensageiro à tua frente, que há de preparar o teu caminho diante de ti"» (Mt 11,9-10; cf Ex 23, 20). Quem conseguiria, com a mera força humana, montar cavalos de fogo, um carro de fogo e subir pelos ares [como Elias], a não ser aquele que havia transformado a natureza do corpo humano pela força do jejum, que lhe proporciona uma natureza imperecível?
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