sábado, 4 de novembro de 2023

Santa Clara Mártir 4 de novembro

Emblema:
Palma 
Não se sabe por que - ou melhor, imagina-se por que - a extraordinária difusão do nome feminino de Chiara, ou Clara, não corresponde ao mesmo sucesso que o nome masculino de Chiaro. Pode-se imaginar, porque por trás do nome de Chiara está a figura luminosa da companheira de São Francisco, e isso justifica amplamente a fortuna do seu nome, desde o século XIII até hoje. No entanto, às vezes também se encontra o nome de Chiaro, e um deles ressoa muito claramente na história da literatura italiana: o do poeta stilnovista Chiaro Davanzati, particularmente conhecido pelas suas maldições sobre os "partidos", isto é, sobre os partidos políticos de seu tempo: “Quem primeiro disse 'parte' - seja atormentado entre seus filhos”. San Chiaro hoje celebrado, para falar a verdade, não parece honrar muito o nome, do ponto de vista da fama. Com um fácil jogo de palavras, pode-se dizer que San Chiaro tem uma história muito sombria. Do lado humano, claro, porque o que é escuro no mundo pode ser muito claro e brilhante no céu. Seu nome consta do Martirológio, sem outra indicação senão a de Mártir. E desde os tempos antigos, uma cidade na França, Saint-Clair, recebeu o seu nome. Porém, é fácil entender como um nome semelhante deve ter tido uma lenda totalmente fantástica, nascida tardiamente, após a travessia do ano 1000. Contava-se então a história de um príncipe inglês de extraordinária beleza (um reflexo óbvio do nome!), que fugiu para França para se tornar monge. Mas por mais que Chiaro tentasse esconder sua atratividade sob o capuz de monge, uma dama se apaixonou perdidamente por ele. Para escapar a uma verdadeira perseguição da nobre senhora apaixonada, o monge escondeu-se nas gargantas das montanhas, onde, no entanto, a sua beleza nunca deixou de iluminar até os recantos mais escuros. A senhora, decepcionada e irritada, quis vingar-se dele. Ele, portanto, mandou matá-lo por seus homens armados que cortaram seu pescoço. O monge então, pegando a cabeça que havia caído entre os arbustos da floresta, encontrou o caminho de volta ao mosteiro, iluminando o caminho com seu rosto, belo até na morte. Ele foi enterrado com devoção na igreja da abadia, que seus milagres tornaram claros e famosos em toda a França medieval. Hoje, porém, San Chiaro já não atrai as damas com a sua beleza, nem as damas nobres se apaixonam por ele. As mulheres mais modestas e trabalhadoras invocam-no como seu protetor, juntamente com Santa Clara. São as lavadeiras francesas, que provavelmente já não se lembram da sua história de amor e morte. O seu nome, o nome de Chiaro, basta para que seja querido por quem, no seu trabalho quotidiano, não tem outro objectivo senão deixar a sua roupa limpa e limpa. 
Fonte: Arquivo Paroquial

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