“Não sem razão Maria estava aos pés da Cruz” (Jean Galot). Esta frase explica nosso carinho e apreço pela Mãe de Jesus, Deus Salvador. Na ordem da Graça ela é nossa mãe, pois é Mãe dDquele que é nossa vida. Por isso gostamos, amamos e veneramos de modo particular a Virgem Maria, Imaculada Mãe de Deus, Assunta aos Céus e Intercessora nossa, junto de Deus. Celebramos no dia 27.06 a festa de N.S. do Perpétuo Socorro. Trata-se de um ícone (54x41cm), pintura de origem oriental, originário de Creta. Sua madeira é do século XIV. A pintura é original é cheia de significados. O ícone é do gênero Hodiguitria (aquela que indica o caminho a Jesus). Ela é a Virgem da Paixão, isto é, N.S. das Dores. Foi trazida de Creta por um mercador italiano. No ano de 1499 foi colocada na igreja de S. Mateus, em Roma, onde permaneceu até 1739, quando a igreja foi destruída. O ícone foi levado para a igreja de S. Maria in Posterula, onde ficou esquecido. Um velho Irmão contava sua história a um coroinha que, quando já redentorista, contou-a na comunidade. Os redentoristas ganharam, do Papa Pio IX, o milagroso quadro no ano de 1863. Restaurado, foi colocado na Igreja de Santo Afonso. Os redentoristas, seguindo orientação do Papa, fizeram-no conhecido no mundo inteiro. João Paulo II disse, diante do ícone: “Esta celebração estimule a renovar a vossa devoção pela Santíssima Virgem do Perpétuo Socorro! A Virgem ocupa, depois de Cristo, o lugar mais algo e mais perto de nós. Quando esta Mãe descobre nossas limitações, vem nos socorrer, antes mesmo que peçamos ajuda”.
O ícone de N.S.P.Socorro
Não estamos habituados com os ícones, como a Igreja Oriental. Felizmente são sempre mais apreciados e venerados. O ícone (quadro) tem uma simbologia muito grande. É uma pregação pintada, como temos a pregação falada. Cada detalhe tem seu significado dentro da teologia da pintura. As cores são importantes. Por exemplo: o fundo é dourado. O ouro significa o contato com o transcendente, como uma janela para o Céu. Deus se manifesta e a pintura explica esta manifestação. Maria mostra-se e nos indica Jesus, segurando-lhe a mão. Ela sustenta nos braços aquele que o mundo não pode conter. Maria não olha para Jesus, mas para nós, solícita em apresentá-lo a nós, dando-nos os frutos da Paixão. O vermelho e o azul das vestes indicam sua maternidade e virgindade. Um pouco de verde sob o manto, mesma cor das vestes do Filho, faz ver a participação de sua humanidade. Os sinais dourados, a participação de sua vida divina. A sandália que escapa do pé, dá a esperança de manter sempre conosco sua amizade de aliança. O ícone mostra também que a devoção a Maria é um laço forte de união a Jesus. E, assim, outros símbolos.
Mensagem de Redenção
Maria não é um acaso na vida de Jesus, nem no mistério da Redenção. Não sem razão entra a mulher Maria, símbolo de toda a humanidade, no desígnio de Deus para o mundo. Assim como Jesus veio, tendo Maria como Mãe, e não foi de outro modo, assim também ela está presente na redenção de cada pessoa. Quando o Evangelho diz que “o discípulo a levou para sua casa”, não está se referindo só ao discípulos João, mas a todo discípulo. Jesus, na cruz, não estava resolvendo problemas familiares. Gerava a nova família de Deus, tendo com Mãe, Maria. Ela continua sua missão junto dos discípulos como a mediação suplicante. Jesus é o único Mediador. Maria é a Mediadora que suplica pelos filhos de Deus, como o fez em Caná: “Eles não tem mais vinho”. Agora, o vinho novo da redenção que não pode acabar. O perpétuo socorro de Maria realiza essa sua nova missão.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM JUNHO DE 2008
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