Evangelho segundo São Mateus 19,23-30.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade vos digo: Um rico dificilmente entrará no Reino dos Céus.
É mais fácil passar um camelo pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus».
Ao ouvirem estas palavras, os discípulos ficaram muito admirados e disseram: «Quem poderá, então, salvar-se?».
Jesus olhou para eles e respondeu: «Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível».
Então, Pedro tomou a palavra e disse-Lhe: «Nós deixámos tudo para Te seguir. Que recompensa teremos?».
Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: no mundo renovado, quando o Filho do homem vier sentar-Se no seu trono de glória, também vós que Me seguistes vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna».
Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros».
Tradução litúrgica da Bíblia
Carmelita descalço,doutor da Igreja
«Admonições e máximas»,nos.355-357,362
Espírito de posse ou pobreza em espírito?
Não tenhais outro desejo senão entrar, apenas por amor a Cristo, no despojamento, no vazio e na pobreza em relação a tudo o que existe na Terra. Não experimentareis outras necessidades a não ser aquelas a que submetestes o vosso coração. A maior felicidade do pobre em espírito (cf Mt 5,3) é encontrar-se na indigência; aquele cujo coração nada deseja é sempre livre.
Os pobres em espírito dão com grande generosidade tudo o que possuem. O seu maior gosto é passar sem as coisas, oferecendo-as por amor a Deus e ao próximo (cf Mt 22,37s). Não são apenas os bens, as alegrias e os prazeres deste mundo que nos atravancam e nos atrasam no nosso caminho para Deus; também as alegrias e as consolações espirituais são, em si próprias, obstáculos ao nosso progresso, se as recebermos ou as procurarmos com espírito de posse.
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