PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Continuamos a reflexão sobre os pontos práticos que atingem fundo a vida de cada um. Parecem simples, mas repercutem em nossa compreensão de Igreja, de fé e mesmo da prática da santidade. A liturgia de hoje apresenta três temas: não colocar limites ao bem, evitar o escândalo e coragem de cortar o mal pela raiz. Chega aos ossos.
O bem não tem limites.
Os discípulos dizem a Jesus que há gente fazendo milagres em nome dele e que não andava com eles. O livro dos Números, que lemos na primeira leitura, traz o mesmo caso com respeito a uma cena onde dois anciãos estavam profetizando fora da reunião dos 70 escolhidos. Avisam a Moisés. Ele diz: Oxalá todo povo de Deus fosse profeta e o Senhor lhe concedesse seu espírito” (Nm 11,29). Neste quadro podemos entender algo sério e profundo. A tradição nos ensina a condenar as outras religiões e cultos. Não afirmo como boas todas as religiões, mas sim que todas tem muitas coisas boas e que são também manifestações do Espírito de Deus e são coisas santas. São autênticas manifestações do Espírito de Deus. Isso não quer justificar uma confusão de religião. Temos mais facilidade de acolher o bem das outras pessoas. Já é sinal de que somos bons seguidores do modo de agir e pensar de Jesus. Não pode fazer como Jesus fez, e ser contra Ele. Aprendemos a respeitar o outro e ver o que há de bom. Não somos donos de Deus nem controladores de seus dons e graças. Se pensássemos como Jesus, não teria acontecido tanto mal no correr da história. Há muita gente boa e santa também fora da Igreja. Outros não pensam como nós, mas o importante é que pensemos como Jesus.
Escandalizar é um crime.
No clima de libertinagem que vive a sociedade em todos os campos, está ocorrendo um grande mal: escandalizamos os pequeninos. Escandalizar é ensinar um mau caminho. Todos os males estão diante dos olhos das crianças e aplaudidos por larga faixa da população. Tudo é certo! O importante é só o prazer e o gosto pessoal. Estamos escandalizando. Se por um lado devemos acolher o que há de bom no outro, por outro lado, temos por responsabilidade diante de Deus, de respeitar o que é de Deus no coração, na consciência e na mente dos pequenos. Se não o fizéssemos, melhor seria colocar uma pedra no pescoço e se jogar no mar. Não eu quem diz, é Jesus. O outro é sagrado.
Cortar o mal pela raiz.
O “território de Deus” é também minha vida, meu corpo, minha mente. Jesus continua forte e drástico. O que em nós é causa de escândalo, isto é, leva ao pecado, é melhor tirar fora: um pé, um olho etc...É melhor entrar na vida eterna com um só do que com os dois ser lançado no inferno onde o fogo não se apaga (Mc 9,47). Estamos brincando de ser Deus, querendo ser donos do bem e do mal. Os resultados do pecado estão aí. Queremos ser donos de Deus e não somos dons nem de nós, perdendo riquezas de vida.
(Leituras:Nm11,25-29;
Tiago,5,1-6;Marcos 9,38-48)
Homilia do 26 Domingo do Tempo Comum
Em setembro de 2003
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