PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
O termo vigilância aparece muitas vezes nos textos que falam da proximidade do Reino. Mais forte se torna a insistência, na medida em que esta proximidade do Reino acontece na pessoa de Jesus. Sua vinda ao mundo é a presença do Reino de Deus. Ele é o Senhor que vem. Exige-se, assim, que ajuntemos todas as nossas atenções e energias para entrar no seu cortejo assim que passar tal como nos orienta a parábola das 10 jovens que vão à festa do casamento. Não sabemos a hora, por isso toda hora é a hora. Não se trata de preocupação e tensão, mas de uma calma e sábia ocupação. Estar pronto! Isso basta. Na Igreja primitiva a segunda vinda de Cristo era eminente e aquela geração contava até não ter morrido ainda, como diz Paulo na carta aos Tessalonicenses: “nós que formos deixados com vida seremos arrebatados nas nuvens para o encontro do Senhor nos ares”(1 Ts 4,17). O que se exigia então? Os textos dos evangelhos contam que é preciso ser fiel a Deus nas mínimas coisas fazendo produzir nossos talentos, exercendo nossas obrigações com exatidão, não nos perdendo nos vícios e exageros. Paulo diz também: “trabalhando com serenidade, comam o próprio pão” (2 Ts 3,12). Tudo não é mais que uma questão de sabedoria, como diz a leitura do livro da Sabedoria. Aquele que busca a sabedoria será por ela instruído.
A vigilância dos primeiros cristãos era para a vinda de Cristo a qualquer momento. Depois vieram outros tempos e praticou-se uma vigília como uma atitude de estar voltado para esta constante espera, procurando adiantar esta vinda. E nós, que vigilância somos chamados realizar em nossa vida, hoje, em nosso mundo tão belo e tão controvertido?
A primeiro de seus aspectos é acolher as constantes visitas do Senhor. Para isso é preciso aprender a discernir os sinais de sua presença. Não basta ler a Palavra no Livro Santo, mas lê-la nas páginas dos jornais, nos fatos da vida, nos silêncios e vazios do mundo, nos sonhos e encantos do coração. Um outro aspecto é a serena construção do Reino de Deus na construção da cidade terrena através de um belo senso crítico dos sinais de morte e contra-valores presentes no mundo do mal. Além destes aspectos, o empenho de fraternidade será a prova cabal de que se está pronto para o Senhor a qualquer momento que Ele venha.
Nada te perturbe! Só Deus basta! Com isso Tereza D’Ávila deu uma virada no mundo. Não é preciso muita coisa para ser completo, basta ser coerente nas pequenas coisas. Esta é a sabedoria que salva da loucura das cinco virgens imprudentes.
(Leituras: Sabedoria 6,12-16;
1Tessalonicenses4,13-18;Mateus 25,1-13)
Homilia do 32º Domingo do Tempo Comum
Em novembro de 2002
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