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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
O quarto domingo da Quaresma tem uma característica muito bonita: são os primeiros raios da aurora que anunciam toda a luz da festa da Páscoa. A liturgia deste domingo inicia-se com as palavras: “Alegra-te Jerusalém!” A grande festa da Páscoa já se anuncia na Quaresma que é o seu tempo de preparação. Continuando a temática batismal, temos o tema da luz: Cristo é luz aos que são batizados. A luz é um símbolo que penetra todas as religiões, pois onde não há luz não há vida. Diante das estátuas dos deuses havia sempre luz, sinal de vida. Nas Sagradas Escrituras a luz é um atributo da divindade. Cristo é a luz que nasce do alto (Lc, 1,78). Jesus proclama: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo, 812).Cada um vai tornar-se filho da luz (Jo 12,36). Temos em nós a luz: “brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam vossas boas obras” (Mt 5,14).
O evangelho de hoje apresenta uma história longa e complicada da cura do um cego de nascença. Jesus viu o cego, fez lama, colocou nos seus olhos e disse: vai lavar-te na piscina de Siloé que significa Enviado. Ele se lava e volta enxergando. Mas não é o bastante para ver na totalidade. Ele só vê completamente no momento em que diz: eu creio Senhor. Para dar o dom da fé, Jesus dá o exemplo de como a fé age em nós, curando o cego de nascença. A fé cura a cegueira total, raiz e fonte de todo mal, que é o desconhecimento de Deus.
A escolha que Deus faz de Davi, através de Samuel, mostra a gratuidade do dom e sua força transformante. O escolhido é o último dos irmãos. Nem seu pai o coloca na lista dos irmãos apresentados a Samuel. Assim age Deus conosco: não olha nossa fraqueza. O dom que nos oferece é sempre gratuito. Como Davi se torna pai da família que vai dar ao mundo Jesus, assim também Deus nos leva a produzir muitas coisas boas que terão belo futuro para o Reino de Deus.
Todo processo do ato de fé é trabalhoso e exige enfrentar uma luta contra o mundo das trevas representado pelos judeus que recusam Jesus. O mundo das trevas, como diz São Paulo, tem suas obras, sua mentalidade e seus projetos. Paulo convida-nos a viver como filho da luz não nos associando às obras das trevas, que não levam a nada; antes “desmascarai-as” (Ef. 5,10).
Dentro do clima batismal de vida nova a partir da fé, nós recebemos o chamado de Paulo para caminharmos como filhos da luz: “vivei como filhos da luz”!(Ef 5,8). Ser batizado, cristão, exige um compromisso que envolve toda a vida: “e o fruto da luz é bondade, justiça e verdade!” (Ef. 5,9). Viver bem é agradar a Deus, por isso, “discerni o que agrada ao Senhor”( Ef. 5,10)
(Leituras: 1 Samuel 16,1-13;
Efésios 5,8-14; João 9,1-41).
Homilia do 4º Domingo da Quaresma(08.03.02)
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