sábado, 15 de fevereiro de 2020

EVANGELHO DO DIA 15 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Marcos 8,1-10. 
Naqueles dias, juntou-se novamente uma grande multidão e, como não tinham que comer, Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Tenho pena desta multidão; há já três dias que estão comigo e não têm que comer. Se os despedir sem alimento para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe». Responderam-Lhe os discípulos: «Como se poderia saciá-los de pão, aqui num deserto?». Mas Jesus perguntou: «Quantos pães tendes?». Eles responderam: «Temos sete». Então Jesus ordenou à multidão que se sentasse no chão. Depois tomou os sete pães e, dando graças, partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem, e eles distribuíram-nos à multidão. Tinham também alguns pequenos peixes. Jesus pronunciou sobre eles a bênção e disse que os distribuíssem também. Comeram e ficaram saciados. Dos bocados que sobraram encheram sete cestos. Eram cerca de quatro mil pessoas. Então Jesus despediu-os e, subindo para o barco com os discípulos, dirigiu-se para a região de Dalmanutá. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Balduíno de Ford(1190) 
abade cisterciense, depois bispo 
O Sacramento do altar,II,1 
«Tomou os sete pães e, dando graças, partiu-os» 
Jesus partiu o pão. Se não o tivesse feito, como teriam as migalhas chegado até nós? Mas partiu-o e distribuiu-o: Ele «reparte do que é seu com os pobres» (Sl 112,9). Partiu-o pela sua graça, para destruir a ira do Pai e a sua. Deus tinha-Lhe dito que nos teria destruído, não tivesse o seu Filho único, o seu eleito, intercedido junto dele «para acalmar a sua ira» (Sl 106 23). Ele pôs-Se diante de Deus e apaziguou-O; pela sua força indefectível, manteve-Se de pé, sem ser destruído. Mas Ele próprio, voluntariamente, destruiu, ofereceu a sua carne esmagada pelo sofrimento. Foi então que, na sua cólera, «quebrou as flechas do arco» (Sl 76,4) e «as cabeças do Leviatan» (Sl 74,14), nossos inimigos. Assim, de certa forma, quebrou as tábuas da primeira aliança, para que nós deixássemos de estar submetidos à Lei, destruindo o jugo do nosso cativeiro; destruiu tudo o que nos oprimia, para restaurar em nós tudo o que estava esmagado e «pôr em liberdade os oprimidos» (Is 58,6). Com efeito, nós estávamos «prisioneiros da tristeza e de cadeias» (Sl 107,10). Bom Jesus, ainda hoje, apesar de teres destruído a cólera e partido o pão, nós, pobres mendigos, continuamos a ter fome. [...] Parte, pois, todos os dias esse pão para aqueles que têm fome. Porque, hoje e todos os dias, recolhemos algumas migalhas, e cada dia temos de novo necessidade do nosso pão quotidiano: «dá-nos o nosso pão de cada dia» (Lc 11,3). Se Tu não no-lo deres, quem no-lo dará? Na nossa nudez e na nossa necessidade, não temos ninguém que nos parta o pão, ninguém que nos alimente, ninguém que nos refaça, ninguém senão Tu, o nosso Deus. Em todas as consolações que nos envias recolhemos as migalhas desse pão que Tu partes, e que nós degustamos docemente «pela tua bondade e misericórdia!» (Sl 109,21).

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