terça-feira, 13 de agosto de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Ascensão de Jesus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Jesus subiu ao Céu 
 A Ressurreição de Jesus completa-se com sua gloriosa Ascensão. Esta festa tem pouca ressonância na vida cristã. O Mistério Pascal tende a levar à glorificação de Jesus junto do Pai. Na Ceia, consciente de ter realizado a missão para a qual fora enviado, reza: “E agora, glorifica-me, Pai, junto a Ti, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17,5). Sua Divindade que ficara oculta sob o véu da humanidade, se manifesta em todo seu esplendor. Por isso uma nuvem o cobre. Nuvem que é a presença da Divindade. A natureza humana que o Filho Eterno do Pai assumiu na Encarnação é glorificada. Com Ele já participamos da glorificação. É nossa meta e nosso ponto de atração. Por isso é uma festa a ser vivida com intensidade pascal. Aos discípulos, que O perdem aos olhos, permanece uma dupla certeza: Ele consumou sua missão no mundo e foi constituído Senhor e Rei da Glória junto ao Pai. Tornou-se mediador entre o Pai e a humanidade redimida, juiz do mundo e Senhor do Universo. Por outro lado sabem que Ele está presente: “Eu estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo” (Mt 20,20). Sua presença junto do Pai não O afastou de “nossa humildade, mas dá–nos uma certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade” canta o prefácio da missa. Ele subiu ao Céu e tornou-se para eles a certeza de que estão garantidos, pois recebem Seu Espírito para continuar Sua missão. Continua unido a Seu Corpo, a Igreja. Seu poder e glória são o poder e glória do Pai. É fonte e razão de vida. Para Ele converge todo o universo. Reina até entregar Seu Reino ao Pai (1Cor 15,24) quando vier no fim dos tempos. 
Somos participantes da glória 
Ele é nossa cabeça. Somos o corpo. Cristo levou para junto do Pai nossa humanidade, como nos trouxera sua Divindade. Já estamos com Ele na glória. A oração da missa assim reza: “membros de seu corpo, somos chamados, na esperança, a participar de Sua glória”. O cristão vive da esperança, que é a certeza de possuir os bens celestes. Por isso, Paulo escreve: “Que Ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, e que imenso poder Ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com sua ação e força onipotente” (Ef 1.18-19). Com a Ascensão de Jesus ao céu, temos a garantia do poder de Deus porque “se manifestou sua força em Cristo quando O ressuscitou dos mortos e O fez sentar-se à Sua direita” (Id. 20). Sem a glorificação do Filho, sua Morte e Ressurreição não teriam sua explicação. 
Fazei discípulos meus todos os povos. 
A última palavra de Jesus foi confiar aos discípulos a missão que o Pai lhe confiara. Agora somos nós a fazer o que Ele fazia, dizer o que dizia e transformar o mundo como Ele o transformava. Fazer discípulos é fazer o que Ele fez: “Chamou a Si aqueles que quis para estar com Ele e irem anunciar” (Mc 3,13). Os discípulos entenderam sua missão e, depois de receberam o Espírito Santo foram anunciar. Essa missão é conferida também a nós. O Cristianismo que não anuncia é porque já faliu. A Ascensão nos anima a buscar nova força na certeza da vitória de Cristo e da missão que Ele nos confiou. Temos ainda diante de nós um mundo a evangelizar, isto é, mostrar o amor Deus em Cristo por todos. Houve tempos de mais entusiasmo pela missão. No mundo que temos diante de nós há muito que fazer. E, como fazemos um cristianismo voltado para nós, as forças do mal tendem a crescer.

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