segunda-feira, 16 de julho de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - O Redentor de todos

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
2064. Festa do Santíssimo Redentor
            O titular da Congregação Redentorista é o Santíssimo Redentor. Por cair durante o período de férias... já sabemos o destino. Não é o patrono, pois este é a Imaculada Conceição. Por que a festa é celebrada no terceiro domingo de julho? Não foi a Congregação que inventou essa festa. Ela foi fundada como Instituto do Santíssimo Salvador cuja festa é nove de novembro, dia de sua fundação. E o Santíssimo Redentor? Pelas informações sabemos que a festa provém de Veneza, e é celebrada nesses dias com grandiosos festejos populares. Houve uma epidemia entre 1575 e 1577 que matou um terço da população. A doença era a peste negra – bubônica ou pulmonar. Não era a primeira que sofriam. Provinha do rato negro. Com a súplica ao Santíssimo Redentor, foram libertados desse mal em 1576. Os Doges, chefes da cidade, mandaram construir a Igreja do Santíssimo Redentor, em ação de graças, e instituíram a festa nesse terceiro domingo. Por isso celebramos nesse dia. A Igreja comumente é chamada de Redentor, na ilha da Giudecca. A festa envolve toda a cidade numa grande participação, sobretudo para os fogos de artifício da meia noite. Como o Redentor é o titular da Congregação, toma-se dessa festa também o caráter de salvação de todos os males e a característica alegre da redenção. O nome da Congregação, inicialmente era Instituto do Santíssimo Salvador. Por haver outra congregação com esse nome, os cônegos do Santíssimo Salvador da Basílica de Latrão, tivemos que mudar de nome, não de missão.
2065. Um Redentor de todos
            Proclamamos “Copiosa Apud Eum Redemptio”. Numa tradução menos literal dizemos: Jesus é a abundante Redenção. A tradução junto dele é abundante redenção não parece correta. Se está junto, não está Nele. Ele é a Graça. A teologia da redenção não se reduz a cura de males espirituais, redenção de pecados, mas de todos os males. É verdade que os pecados são fonte dos males do mundo. Por isso a Redenção atinge todos os males. A natureza não tem pecado e paga por eles, como lemos em Romanos 8,20-22. Pela redenção a natureza como também todas as pessoas se redimem. As Constituições Redentoristas dizem: “O anúncio do Evangelho Redenção visa e maneira especial a Copiosa Redenção que atinge o homem todo e aperfeiçoa e transfigura os valores humanos” (Cc 6). Tudo que se refere ao ser humano, homem e mulher, em todas as etapas e fases, deve ser transfigurado pelo Evangelho da Redenção. O Redentor em seu mistério é o centro da vida de todos os cristãos. Os redentoristas e todos os que amam o Redentor, escolhem a pessoa de Cristo como centro da própria vida. “Assim, no coração da comunidade, para formá-la e sustentá-la, está presente o próprio Redentor e seu Espírito de amor” (Cc 23).
2066. Redenção do mundo
            Aqui entra uma questão muito séria: Que tipo de espiritualidade nós temos? Está baseada em Jesus ou desfiguramos seu rosto? Que tipo de pastoral nós implantamos? Só na sacristia ou saímos em busca dos mais abandonados.  Vivemos espiritualismo ou espiritualidade evangélica? Nessa festa, convém repensar nossa opção por Jesus Cristo, como Maria o fez. Sem uma profunda espiritualidade do Redentor não conseguiremos continuar sua missão, com sua mentalidade. A opção pelo Redentor traz a opção pelos redimidos. Na verdade o Redentor age através de nós. Por isso, somente depois que assumimos o Redentor como centro de nossa vida podemos nos dedicar aos redimidos.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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