A vida nova em
Cristo está sempre nos aperfeiçoando na vivência do evangelho. Há sempre a
necessidade de buscar tirar as rugas da Igreja para esteja pronta para o Esposo
Jesus Cristo (Ef 5,27). Uma destas rugas é a divisão
entre os que creem em Cristo como Filho de Deus. Já desde os inícios a divisão
sempre foi uma chaga que se aprofunda desde as heresias cristológicas. Temos
depois as divisões de fundo mais político que religioso, como no caso da
divisão entre Oriente e Ocidente que dura há mil anos. Seguem-se as divisões
que chamamos de protestantismo. No fundo está sempre a pessoa humana que junta questões
pessoais com doutrinais. As influências políticas ajudaram a cavar o fosso
entre os cristãos. Jesus, como lemos em S. João, rezou pela unidade e a colocou
como última recomendação que manteria vivo tudo o que ensinou: “Eu lhes dei a
glória que me deste para que sejam um, como Nós somos um: Eu neles e Tu em Mim,
para que sejam perfeitos na unidade e para que o mundo reconheça que Tu Me enviaste
e os amaste como amaste a Mim” (Jo 17,23). Percebe-se que
na unidade poderão ser encaminhas todas as questões. Unidade não é dominação
nem sujeição. A unidade deverá ser sempre como é a unidade da Trindade: mútua
entrega e mútuo acolhimento na comunhão de vida. Unidade não é uma doce
convivência ou dominação. O Concílio Vaticano II colocou-a como uma de suas
finalidades (SC 1). Assim começa o decreto Unitatis
Redintegratio: “Promover
a restauração da unidade entre todos os cristãos é um dos principais propósitos
do Concílio Vaticano II”. João Paulo II escreveu a encíclica Ut Unum Sint” (Que
sejam um (25.05.95).
Os Papas, desde o Concílio promoveram o diálogo e os gestos.
1439.Conversão
ao evangelho
Um
dos estudos importantes na formação sacerdotal era a Apologética: como propor a
doutrina católica diante das acusações de outros grupos religiosos. A defesa e
o ataque eram a base do encontro religioso. Desde o Concílio tem se procurado
esta unidade. O Papa Francisco no vôo de volta para a Itália, vindo de Israel, disse: "Com o
Patriarca Bartolomeu, falamos da unidade: mas a unidade se faz ao longo do
caminho, a unidade é um caminho". Este caminho é conhecer o Evangelho. É
ele que vai levar à unidade. A Verdade vos libertará (Jo 8,32). Não caminharemos um em direção ao outro, mas todos em direção ao
evangelho. Cada um deverá desvestir-se de preconceitos purificado pela Palavra
de Deus. Proselitismo é chamar para si, para sua igreja, para sua idéia. Onde
houve o erro, buscar a verdade. O caminho é longo e passos devem ser dados. Do
contrário não é evangelico. Diz
Papa Francisco: “Como escrevemos na declaração conjunta: "O nosso encontro
fraterno é um novo e necessário passo no caminho para a unidade, à qual somente
o Espírito Santo pode nos guiar: a da comunhão na legítima diversidade”.
1440.
Unidade a partir da base
Papa
Francisco continua: "Sabemos bem que essa
unidade é um dom de Deus" e é graças ao Espírito Santo que podemos
"reconhecer-nos por aquilo que somos no plano de Deus" e "não
por aquilo que as conseqüências históricas dos nossos pecados nos levaram a
ser". Ele acredita que a unidade parece estar cada vez mais perto. Ela não
será revolvida enquanto acontecer só entre os chefes, mas quando partir da
base, das pessoas que se amam e buscam juntas viver o amor ao próximo. A cabeça
pensa e os pés andam. O abraço de Paulo VI e Atenágoras foi "um gesto profético que deu impulso a um
caminho que não se deteve mais", diz o Papa. O objetivo da plena unidade
parece cada vez mais perto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário