Evangelho
segundo S. João 15,9-17.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim
como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor.Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu
tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa
alegria seja completa. É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas
chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que
vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao
Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Homilia de 14 de maio de 2010
(Viagem apostólica a Portugal)
Sede testemunhas!
«É necessário que um se torne connosco
testemunha da ressurreição»: dizia Pedro. [...] Meus irmãos e minhas irmãs, é
necessário que vos torneis comigo testemunhas da ressurreição de Jesus. Na
realidade, se não fordes vós as suas testemunhas no vosso próprio ambiente,
quem o será em vosso lugar? O cristão é, na Igreja e com a Igreja, um
missionário de Cristo enviado ao mundo. Esta é a missão inadiável de cada
comunidade eclesial: receber de Deus e oferecer ao mundo Cristo ressuscitado,
para que todas as situações de definhamento e morte se transformem, pelo
Espírito, em ocasiões de crescimento e vida. [...] Nada impomos, mas sempre propomos, como Pedro nos recomenda numa das suas
cartas: «Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder a
quem quer que seja sobre a razão da esperança que há em vós» (1Ped 3,15). E
todos afinal no-la pedem, mesmo quem pareça que não. Por experiência própria e
comum, bem sabemos que é por Jesus que todos esperam. De facto, as expetativas
mais profundas do mundo e as grandes certezas do Evangelho cruzam-se na
irrecusável missão que nos compete, pois «sem Deus, o ser humano não sabe para
onde ir e não consegue sequer compreender quem é. Perante os enormes problemas
do desenvolvimento dos povos, que quase nos levam ao desânimo e à rendição, vem
em nosso auxílio a palavra do Senhor Jesus Cristo que nos torna cientes deste
dado fundamental: “Sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5), e encoraja: “Eu
estarei sempre convosco até ao fim do mundo” (Mt 28,20)» (Bento XVI, «Caritas
in Veritate», n. 78). [...] Sim! Somos chamados a servir a humanidade do nosso tempo, confiando unicamente
em Jesus, deixando-nos iluminar pela sua Palavra: «Não fostes vós que Me
escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o
vosso fruto permaneça». Quanto tempo perdido, quanto trabalho adiado, por
inadvertência deste ponto! Tudo se define a partir de Cristo, quanto à origem e
à eficácia da missão: a missão recebemo-la sempre de Cristo, que nos deu a
conhecer o que ouviu a seu Pai, e somos nela investidos por meio do Espírito na
Igreja. Como a própria Igreja, obra de Cristo e do seu Espírito, trata-se de
renovar a face da terra a partir de Deus, sempre e só de Deus!
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