PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO |
Cristo, Rei Salvador
O Filho mostra-nos na celebração de hoje a
realeza Divina, visível e operante na Humanidade Ressuscitada. O Ressuscitado
está sempre presente na celebração do domingo. Crer em Cristo como Rei é
difundir seu reino de Amor, de Justiça e de Paz (prefácio). Rei, na linguagem bíblica, tem o sentido de
Salvador do povo. Está no lugar de Deus para o bem. Nos três ciclos da liturgia
(Anos
A, B e C) temos uma visão ampla da
festa: Cristo é o Rei da glória, o Ressuscitado que vem buscar os eleitos
depois do juízo (Mt 25,31-46); Na
humildade de seu extremo aniquilamento que foi até à Morte testemunha ao mundo
o Reino – Salvação para o povo de Deus; No ano C é declarado Rei na Cruz e Hoje
vem com o Seu Reino abrindo o Paraíso (Luc 23,35-43). Deve-se abandonar a visão de Cristo Rei com manto vermelho,
coroa de pérolas, globo e cetro, pois isso é coisa de um tempo em que Cristo
era como um rei concorrente com os reis no mundo. Subiu na cruz como Rei Salvador
e ali está para ressuscitar e vir com Seu reino de Salvação. Na liturgia
reconhecemos que Cristo veio do Pai para restaurar todas as coisas e
conduzi-las à Glória.
Abre as portas para a vida
No momento da crucifixão, Jesus é
assediado pela tentação como aconteceu no deserto (Lc
4,1-13). Lucas disse: “Tendo acabado
toda a tentação, o diabo O deixou até o tempo oportuno” (13). A tentação no momento de Sua morte lembram as três
tentações. Os chefes do povo, os soldados e o ladrão refazem a tentação: Dizem
os chefes: “Salvou os outros, salve a si mesmo, se é o Cristo de Deus, o
Escolhido”. Negam-lhe a filiação divina (Lc 4,3). Os soldados insultam: Se és o rei dos judeus,
salva-te a ti mesmo!” Negam a realeza (Lc 4,7): Um dos ladrões que fora crucificado com Ele, O insultava:
“Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós! Nega-lhe a filiação. Jesus é
tentado em Sua identidade de Filho. Cristo vence e é fiel ao programa
messiânico aceito no Batismo. É tentado em seu ser: Filho de Deus Salvador. Por
isso temos a palavra do outro ladrão a quem chamamos de bom: “Lembra-te de mim
quando vieres com teu Reino”. O ladrão repropõe a Jesus Sua missão e Sua identidade
de Filho, Messias - Salvador. Jesus responde: “Hoje ainda estarás comigo no
Paraíso”. Ele é o Rei Salvador que traz ao homem perdido o Reino definitivo.
Depois destas palavras Ele se entrega obediente: “Pai, em tuas mãos, entrego o
meu Espírito” (Lc 23,27). Abrem-se
as portas do Reino. Mostra-se aí a finalidade de Sua morte para o perdão total
de todos. É o Dia de Deus. O ladrão sabe que Jesus realizará o Reino que deve
vir e vindo o encontrará, mesmo se estiver morto. Para conhecer o Rei, Paulo
nos ensina: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação...
Ele é a cabeça do corpo que é a Igreja. Deus quis por Ele reconciliar consigo
todos os seres” (Cl
1,12-20).
Estar com Ele na cruz
Vivemos tendências opostas ao Cristo servidor: Estilo
principesco da Igreja, prepotência e distancia do povo. Inimaginável a
capacidade que temos de justificar nosso distanciamento do evangelho e do
modelo que é Jesus. Só pertencemos ao Reino de Cristo quando temos Seus
sentimentos e Sua mentalidade e fazemos de nossa vida uma imagem Sua. Estar com
Êle na cruz, que é o trono do rei, é consumir os dias pelos redimidos e nos unirmos
a Ele para que esse sangue derramado, que é o manto vermelho do rei, chegue a
todos. Estamos perdendo o estímulo missionário. Vemos na Igreja atualmente uma
recusa à simplicidade. Isso é mau.
Nenhum comentário:
Postar um comentário