Evangelho
segundo S. Lucas 9,22-25.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Filho
do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos
sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a
si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida
por minha causa, salvá-la-á». Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se
ou arruinar-se a si próprio?».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Sermões, 1.ª série, 71-74
Sermões, 1.ª série, 71-74
«Se alguém quiser vir
comigo»
O Senhor Deus entregou o seu próprio Filho à
morte de cruz pelo seu ardente amor pela criação. Não o fez porque não pudesse
resgatar-nos de outro modo, mas porque quis manifestar dessa maneira o seu amor
transbordante, para nosso ensinamento. Pela morte do seu Filho Unigénito,
aproximou-nos dele. Se tivesse outra coisa mais preciosa, ter-no-la-ia dado, a
fim de Lhe pertencermos plenamente. Pelo seu grande amor por nós, não se compraz em violentar a nossa liberdade,
embora tenha a possibilidade de o fazer, mas preferiu que chegássemos a Ele
pelo amor àquilo que podíamos compreender. Pelo seu grande amor por nós e por obediência a seu Pai, Cristo aceitou
alegremente os insultos e as dores. Do mesmo modo, quando os santos se tornam
perfeitos, alcançam uma perfeição semelhante a essa: ao derramarem
abundantemente o seu amor e e a sua compaixão sobre todos os homens, tornam-se
semelhantes a Deus.
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