Evangelho segundo S. João 15,9-17.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu
vos amei. Permanecei no meu amor.Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu
Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha
alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. É este o meu
mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem
maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos,
se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não
sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer
tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos
escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E
assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que
vos mando é que vos ameis uns aos outros».
Da Bíblia Sagrada
- Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da
Igreja
Tratados sobre S. João, nº 65
«Tal como o Pai Me amou, assim Eu vos amei. Permanecei no meu
amor.»
O Senhor Jesus afirma que dá aos seus
discípulos um mandamento novo, o mandamento do amor mútuo. [...] Mas este
mandamento não existiria já na lei antiga, uma vez que está escrito: «Amarás o
teu próximo como a ti mesmo» (Lv 19,18)? Porque é que o Senhor chama novo a um
mandamento que é claramente tão antigo? Será um mandamento novo porque,
despojando-nos do homem velho, Ele nos reveste do homem novo (Ef 4,24)? É certo
que o homem que escuta este mandamento, ou melhor, que lhe obedece não foi
renovado por um amor qualquer, mas por aquele que o Senhor cuidadosamente
distingue do amor natural, ao precisar: «como eu vos amei». [...] Cristo deu-nos
pois o mandamento novo de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou; é esse
amor que nos renova, que faz de nós homens novos, herdeiros da nova aliança,
capazes de entoar o «cântico novo» (Sl 95,1).
Esse amor, caríssimos
irmãos, renovou os justos de outrora, os patriarcas e os profetas, tal como mais
tarde renovou os santos apóstolos. É ele que agora renova as nações pagãs. De
todo o género humano, disperso por toda a terra, esse amor suscita e reune o
povo novo, o corpo da nova Esposa do Filho de Deus.
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