terça-feira, 13 de janeiro de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Tende em vós os sentimentos de Cristo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Como agradar a Deus? 
São Mateus (21,28-32) define quem agrada a Deus dizendo que não bastam palavras. É preciso realizar o que Deus quer, fazendo sua vontade. A parábola dos dois filhos é clara: O Pai manda os filhos trabalhar em sua plantação. O primeiro diz que não vai, mas, mudando de opinião, vai. O segundo diz que vai e não foi. Qual fez a vontade do Pai? Qual agradou o Pai? - O primeiro! Respondem os fariseus”. Aquele que fez o que o Pai queria, apesar de ter dito o contrário. Jesus está a dizer: o que interessa é agradar a Deus fazendo sua vontade. O profeta Ezequiel (18,25-28) reflete: mesmo que a pessoa viva no erro, se mudar de opinião, está perdoada e agrada a Deus por sua mudança de vida. Jesus conta esta parábola porque os “pecadores” o acolhem por causa de Sua pregação. Os fariseus, que se diziam seguidores de Deus, não creram nEle, mesmo vendo a conversão dos pecadores. Fazer a vontade de Deus é aceitar Jesus, transformando assim a vida. Mateus retrata com essa parábola a grande recusa que os chefes dos judeus, em sua maioria, tiveram para com Jesus. Na história da salvação, o povo escolhido foi o primeiro convidado a acolher Jesus. Houve a incompreensível recusa. “Ele veio para os que eram seus e os seus não o receberam”, escreve João (Jo 1,11). Quem o acolheu foram os pecadores e os pagãos. 
Buscando a vontade de Deus 
No processo da aceitação da fé, está presente a busca de Deus “Esses não nasceram da carne, nem da vontade dos homens, mas de Deus” (Jo 1,13). Vendo a fidelidade de Jesus podemos entender que pecar é não procurar a vontade do Pai, recusando seu projeto e a Ele mesmo. Trata-se não de uma perda de liberdade. O individualismo, que é buscar só a própria vontade não a conjugando com a vontade de Deus, leva a pessoa a tropeçar nos próprios pés. O pecado dos primeiros pais se configura em nível da vontade. Deus dissera: poderá comer do fruto de todas as árvores do Paraíso, mas não coma do fruto da árvore da ciência do bem e do mal” (Gn 2,16-17). Esse fruto que está no jardim é a vontade. Fazer só a própria vontade, afastando-se da vontade de Deus é a morte. “No dia em que comeres, morrerás”. A serpente coloca a observação: Deus sabe que, no dia em que comeres, sereis iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal, sendo donos do bem e do mal, decidindo você mesmo o que é o bem e o que é o mal. Deus sabe o que mata o homem. A posição do pecado é esta: o que me agrada é o que é o certo e o bem. A meta é vencer o mal e buscar a vontade de Deus. Deus não quer tirar a liberdade, mas indica à pessoa o respeito aos valores fundamentais. O pecado desequilibra a pessoa. 
Seguir e imitar Jesus 
Na reflexão sobre a vontade de Deus, surge a presença de Jesus como modelo e caminho de realização da santa vontade. Para chegar à vitória sobre a morte e à ressurreição, Ele assumiu o caminho inverso ao de Adão. Jesus, que era de condição divina, não considerou o ser igual a Deus uma coisa a que se agarrar, mas esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo” (Fl 2,6-9). Fazer a vontade de Deus é amor que nos leva a nos perder a nós mesmos para chegar ao outro. Jesus ensina a fazer a vontade de Deus.

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