Evangelho segundo S. Mateus 16,13-23.
Naquele
tempo, ao chegar à região de Cesareia de Filipe, Jesus fez a seguinte pergunta
aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» Eles
responderam: «Uns dizem que é João Baptista; outros, que é Elias; e outros, que
é Jeremias ou algum dos profetas.» Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem
dizeis que Eu sou?» Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: «Tu és o
Messias, o Filho de Deus vivo.» Jesus disse-lhe em resposta: «És feliz,
Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o
meu Pai que está no Céu. Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra
edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Dar-te ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará
ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.» Depois, ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que Ele era o
Messias. A partir desse momento, Jesus Cristo começou a fazer ver aos seus
discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer muito, da parte dos anciãos, dos
sumos sacerdotes e dos doutores da Lei, ser morto e, ao terceiro dia,
ressuscitar. Tomando-o de parte, Pedro começou a repreendê-lo, dizendo:
«Deus te livre, Senhor! Isso nunca te há-de acontecer!» Ele, porém,
voltando-se, disse a Pedro: «Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um estorvo,
porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens!»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§
1440-1443
«Tudo o que desligares na terra será desligado no
Céu»
O pecado é, antes de mais, ofensa a Deus,
ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, é um atentado contra a comunhão com
a Igreja. É por isso que a conversão traz consigo, ao mesmo tempo, o perdão de
Deus e a reconciliação com a Igreja, o que é expresso e realizado liturgicamente
pelo sacramento da Penitência e Reconciliação.
Só Deus perdoa os
pecados (Mc 2,7). Jesus, porque é Filho de Deus, diz de Si próprio: «O Filho do
Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados» (Mc 2,10), e exerce este poder
divino: «Os teus pecados são-te perdoados» (v. 5; Lc 7,48). Mais ainda: em
virtude da sua autoridade divina, concede este poder aos homens para que o
exerçam em seu nome (Jo 20,21s). Cristo quis que a sua Igreja fosse, toda ela,
na sua oração, na sua vida e na sua actividade, sinal e instrumento do perdão e
da reconciliação que Ele nos adquiriu pelo preço do seu sangue. Entretanto,
confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico. É este que
está encarregado do «ministério da reconciliação» (2Co 5,18). O apóstolo é
enviado «em nome de Cristo» e «é o próprio Deus» que, através dele, exorta e
suplica: «Deixai-vos reconciliar com Deus» (v. 20).
Durante a sua
vida pública. Jesus não somente perdoou os pecados, como também manifestou o
efeito desse perdão: reintegrou os pecadores perdoados na comunidade do povo de
Deus, da qual o pecado os tinha afastado ou mesmo excluído. Sinal bem claro
disso é o facto de Jesus admitir os pecadores à sua mesa, (Mc 2,16), e mais
ainda: de Se sentar à mesa deles, gesto que exprime ao mesmo tempo, de modo
desconcertante, o perdão de Deus, e o regresso ao seio do povo de Deus (cf. Lc
15; Lc 19,9).
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