PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Escrever o Evangelho com a vida.
Estamos no mês da Bíblia. Continuamos
as reflexões sobre a Palavra de Deus. Temos muitos modos de ler a Bíblia. Todos ajudam. Contudo, o único método que
funciona mesmo é ler, cada um como achar melhor. Quanto mais se lê, mais a
Bíblia se explica a si mesma. Mas para iniciar a leitura, seria aconselhável
iniciar pelos evangelhos. São mais simples e a gente já tem um pouco
conhecimento. Os evangelistas escreveram para as comunidades a experiência que
tiveram de Jesus, ou mesmo, experiência que tiveram através das comunidades,
como é o caso de Lucas que não conheceu Jesus pessoalmente. João escreveu seu
evangelho bem depois, dando assim linhas mais profundas para o conhecimento da
pessoa de Jesus e de sua mensagem. Cada um escreveu em um sentido, mas todos
escreveram para nós.
Não ter medo do Evangelho.
Não estamos habituados a ler os evangelhos porque não estamos
habituados abrir o livro. Por isso não entendemos. Os evangelhos não são
difíceis e entender, pois o fundamento da fé não pode ser incompreensível. Os
apóstolos colheram o que era necessário para nossa salvação. Eles foram
escritos para serem lidos para o povo. Não é um livro de leitura. O que
dificulta o entendimento é que nunca lemos por inteiro, mas por pedaços. Eles
foram escritos como um todo. Somente uma leitura constante poderá levar a
melhor compreensão. O modo mais fácil de ler é colocar nossa vida ao lado do
evangelho. Esta comparação ajuda o evangelho a tomar vida. Ninguém deve ter
medo de entrar nesta leitura porque ela é acompanhada daquele que é o Evangelho
vivo e do Espírito que assistiu os evangelistas a escrever. Abrir o livro dos
evangelhos não é abrir uma caixa de mistérios e surpresas. É abrir uma caixa de
tesouros que o Pai nos reservou desde sempre. É abrir uma porta que nos
introduz n o Reino de Deus. É descortinar o Paraíso.
Leitura fácil.
Se o Evangelho foi feito para a vida
das pessoas, mais claro fica que deve ser lido tendo em uma mão a Palavra de
Deus na outra a vida. Assim se torna uma resposta e uma indicação ao modo de
viver. “As palavras que eu digo são espírito e vida” (Jo 6,63). São vida da
vida. Vemos pelas narrações do evangelho que o povo vibrava com as palavras de
Jesus e dizia: “ninguém jamais falou como este homem”. O melhor é olhar nossa
vida, problemas e anseios e ir lendo serenamente a Palavra de Deus. Sendo lida
com freqüência ela dá orientações. Não podemos ir à cata de milagres, mas em
busca de luzes e caminhos. Se for capaz de analisar minha vida diante de Deus,
a Palavra torna-se mais clara e facilmente compreensível.
Anuncie o que aprendeu.
A partir do momento em que descubro a
Palavra, passo a anunciar. Este é o teste mais seguro de que entrei no espírito
do Evangelho. O verdadeiro discípulo de Jesus anuncia Sua Palavra. Sua vida
passa a ser um evangelho vivo. Anunciando compreendemos melhor.
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