segunda-feira, 13 de julho de 2015

REFLETINDO A PALAVRA -

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
1594. Anunciar é preciso
Entramos na temática da homilia, isto é, a pregação na celebração. É bom também para podermos refletir nas comunidades, junto com nossos bispos, padres, diáconos e ministros da Palavra sobre esse modo privilegiado de anunciar. Podemos estabelecer um diálogo entre o pastor e sua comunidade. Temos uma missão e um compromisso de fazê-la sempre melhor. Como a ação do Espírito é multiforme, a homilia é um momento de sua manifestação. Ela realiza a missão que foi dada por Jesus no momento da Ascensão: “Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). É Jesus que continua falando a seu povo, em particular a seus discípulos. A homilia é o momento privilegiado de anunciar. “A homilia, diz Papa Francisco, pode ser uma experiência intensa e feliz do Espírito, um consolador encontro com a Palavra, uma fonte constante de renovação e crescimento. O que toca os corações não são as palavras que mais  atraem, mas o Espírito que move os corações” (EG 135). O Senhor chega aos corações através da pregação. Com a palavra Jesus tocava os corações que ficavam maravilhados. Pela pregação muitos vieram para o seio da Igreja. O vigor da palavra anunciada é o mesmo que havia quando anunciada por Jesus, pois Ele entregou sua missão aos discípulos com toda autoridade: “Toda autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entregue” (Mt 28,18).
1595. A homilia, parte da celebração
A homilia tem força sacramental, pois está unida ao sacramento da Eucaristia que é um todo. Não podemos dizer que a homilia seja uma interrupção da celebração para ser explicado o evangelho. Ela, a homilia, é como uma continuação do Evangelho. É um diálogo com Deus. Proclamada a Palavra, o Senhor estabelece o diálogo com seu povo, continuando todos os diálogos que estabeleceu durante a história da Salvação. É missão daquele que prega conhecer o coração de sua comunidade e identificar onde está vivo e ardente o desejo de Deus (EG 137). Sabemos que tem sido um grande desafio. Infelizmente a pregação é sempre um sacrifício para quem a faz e para quem a ouve. Até se diz que a parte do sacrifício da missa está no momento da pregação. Por isso é preciso reconhecer seu valor para que seja sempre bem aproveitada. Ela é acompanhada da ação do Espírito Santo que abre os corações. Realmente está unida à entrega do Filho ao Pai, pois a Palavra tem a finalidade de anunciar quem nos redimiu por sua morte e ressurreição. A homilia reparte o Pão da Palavra como a Eucaristia reparte o Pão da Vida.
1596. Características próprias

            A homilia não é o sermão clássico, não é conferência nem um discurso. Como parte da celebração, tem que ter equilíbrio com as demais partes. Não seja longa que abafe a celebração, nem curta demais que seja um aviso. Assim escreve Papa Francisco: “Quando a pregação se realiza no contexto da liturgia, incorpora-se como parte da oferenda que se entrega ao Pai e como mediação da graça que Cristo derrama na celebração” (EG 138). A diferença da homilia é sua função de encaminhar a comunidade a buscar o Pão da Vida, depois de ter se alimentado com o pão da Palavra. Por isso é necessário sempre fazer a passagem da mesa da Palavra para a mesa do Pão. Como a homilia é alimento da comunidade, deve também dar repostas a seus questionamentos. Para isso, como ensina Papa Francisco, há necessidade de o pastor ter cheiro de ovelhas, isto é, estar em diálogo permanente com elas. Estamos diante de duas realidades, a de Deus e a do povo. 

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