segunda-feira, 27 de julho de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Preparando o pão da Palavra”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
1600. O caminho da homilia
            Como um bom pastor que conhece suas ovelhas, Papa Francisco conhece a situação dos pregadores da Palavra. Sua sabedoria vai ao prático da vida e apresenta o caminho da homilia. Escreve que “a preparação é uma tarefa tão importante que convém dedicar-lhe um tempo logo de estudo, oração, reflexão e criatividade pastoral” (EG 145). Temos experiência que o tempo é pouco para tudo o que se tem que fazer numa comunidade. Mas o Papa diz: “atrevo-me a pedir que toda as semanas se dedique a esta tarefa... o tempo suficientemente longo, mesmo que tenha que dar menos tempo a outras tarefas” (id). Pelo visto isso é uma experiência pessoal que apresenta como modelo. Essa proposta não é nova. Podemos lembrar que os apóstolos pensaram o mesmo quando estabeleceram os diáconos (At 16,1-7). Para exercer seu ministério deveriam estar livres para a oração e a pregação. As outras atividades podem ser realizadas por outros. O ministério do padre concentrou em si todas as atividades da paróquia. Insiste que “a confiança no Espírito Santo que atua na pregação não é meramente passiva, mas ativa e criativa” (EG 145). Não se pode dizer: Deixo o Espírito Santo falar! Temos nossa parte. Milagres não se fazem toda hora. É irresponsabilidade. O primeiro passo na preparação é o culto da verdade. Depois de invocar o Espírito Santo, se deve prestar atenção ao texto bíblico procurando compreendê-lo. A humildade diante da Palavra exprime-se no estudo feito com o santo temor de manipulá-la. A preparação requer amar o Deus que deseja falar.
1601. Estudo feito com carinho
            Para Papa Francisco, a pregação durante a celebração é algo muito importante que vai além de uma comunicação de verdades. Primeiramente ela exige que nos comuniquemos com Aquele que a pronunciou. A seguir, como a Palavra foi escrita há dois ou três milênios, além dos estudos e a observação nos diversos sentidos, ela nos leva a uma mensagem principal que dá a estrutura ao texto e o efeito que o autor quis provocar (EG 147). O sentido principal deve estar em consonância com o ensinamento da Bíblia inteira transmitido pela Igreja. Assim se transmite com a força própria do texto proclamado. Sem isso a proclamação perde seu poder de transmissão (EG 148). O pregador deve ser o primeiro a desenvolver uma grande familiaridade pessoal com a Palavra de Deus. Deve ter um coração dócil e orante. Em síntese, o pregador deve ser o primeiro ouvinte da Palavra para comunicar aos outros o que foi contemplado (Santo Tomás). A mensagem deve passar pelo pregador. O Espírito age nos evangelizadores (EG 151).
1602. Deixar-se transformar

            O pregador deve ser transformado pelo Espírito na leitura da Palavra, procurando o que está direcionado para sua vida. Além da Palavra, deve também escutar o povo e descobrir o que precisa ouvir, relacionando a mensagem do texto bíblico com a situação. Paulo VI escreveu: “ter uma sensibilidade espiritual para saber ler a mensagem de Deus nos acontecimentos” (EN 43). É convocado para fazer o discernimento evangélico para saber o apelo de Deus para o momento (EG 154). Há métodos e recursos a serem usados: Uma homilia tem uma idéia, um sentimento, uma imagem (EG 157). Por isso é importante partilhar a vida do povo. O texto do Papa é muito bom. Por isso sugiro a leitura do mesmo que é ampla e rica.

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