A Beata Beatriz d’Este foi uma monja, que após a morte do seu noivo, renunciou ao reino deste mundo, se consagrou a Deus em um mosteiro por ela mesma fundado sob a regra de São Bento
Beatriz pertencia a uma família abastada de Ferrara, onde nasceu por volta de 1230; era filha de Azzo VII marquês d’Este e senhor de Ferrara e de Joana de Púglia. Sua mãe faleceu quando ela tinha apenas sete anos e seu pai tornou a se casar com Mabilia, da casa Pallavicino, que foi uma verdadeira mãe para a pequena.
Educada por sua tia Beatriz I d’Este (1192-1226, também canonizada e celebrada no dia 10 de maio), monja de Gémola, perto de Pádua, ela recebeu uma excelente educação, para a qual contribuiu igualmente uma outra religiosa, sua avó Leonor de Saboia
Em 1249, por obrigações familiares, Beatriz deveria contrair núpcias com Galéas, filho de Manfredo, alcaide da cidade de Vicência. Quando se dirigia a Milão para se casar, recebeu a triste notícia da morte de Galéas provocada por graves feridas recebidas em batalha contra Frederico II no dia anterior.
Voltando para Ferrara, e contra a vontade de seus pais, retirou-se definitivamente optando pela vida religiosa no convento de São Lázaro, situado a oeste da cidade, juntamente com sete donzelas da corte que quiseram acompanhá-la.
Tendo crescido o número de religiosas, Beatriz obteve do Papa Inocêncio IV a sua transferência para o mosteiro de Santo Estevão da Rota (1257), junto do qual acabou por ser construída, em 1267, uma igreja dedicada a Santo Antônio, Abade.
Beatriz fez os seus votos perante o bispo João, abraçando para sempre a regra de São Bento em 25 de março de 1260.
Ali viveu santamente até ao dia 18 de janeiro de 1266, data em que entregou ao Esposo celeste a sua alma santa. Beatriz faleceu com 36 anos de idade; seu corpo foi muito bem lavado por suas coirmãs e a água foi recolhida e dada em pequenos frascos para os fiéis, porque eles queriam manter algo da monja antes dela ser enterrada.
Esta água operou muitos milagres e curas; tendo se espalhado a notícia, a cada ano, por ocasião da data de seu falecimento, as monjas lavavam o corpo incorrupto da Beata, o que aconteceu até 1512, quando os restos se desintegraram, conforme testemunhado pela abadessa Arcângela Bevilacqua, permanecendo apenas os ossos. Estes foram, posteriormente, recolhidos em uma urna dentro de uma arca ricamente decorada com ouro e pedras preciosas.
A mesma arca começou a produzir espontaneamente uma espécie de condensação uma vez por ano, durante cinco meses. O fenômeno nunca foi interrompido, ocorrendo até hoje entre outubro-novembro até o mês de março de cada ano. São recolhidos vários litros de líquido milagroso que são doados aos fiéis, e isto ocorre durante as temperaturas frias de inverno nos meses de coleta e não congelam. Os seus ossos exalam um perfume delicado.
A água, conhecida como “licor” ou “lágrimas da Beata”, foi analisada em 1935 pelo Prof. José Bragagnolo e novamente analisada em 1961 no Instituto de Química da Universidade de Ferrara: após 26 anos, os resultados foram os mesmos de 1935. O mosteiro de Santo Antônio, em Polesine, retém documentos coletados no Domesday Book em 4 envelope sobre as graças e milagres obtidos por intercessão da Beata, com ou sem o uso do "licor".
O mosteiro fundado pela Beata se mantém até os dias de hoje. As monjas são de clausura, mas tem uma dispensa especial do bispo para abrir algumas áreas para visitas programadas muito rígidas, algo muito proveitoso do ponto de vista espiritual.
O Papa Clemente XIV aprovou o culto da Beata em 23 de julho de 1774 e o Papa Pio VI concedeu a Missa e o Ofício em 1775. Atualmente ela é comemorada no dia de seu falecimento, 18 de janeiro.
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