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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+) SACERDOTE REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR |
A Igreja esteve reunida junto a seu Senhor chorando sua morte, silenciosa junto ao túmulo e alegre com as luzes da Páscoa. Os filhos da Igreja fizeram, com Ele, esse caminho de passagem da morte para a vida nas águas do Batismo. A celebração foi instrumento de salvação, sacramento que salva. As leituras da Vigília Pascal dessa noite proclamaram as maravilhas de Deus e nos introduziram nesse mistério de morte e vida. Vencida a noite, surge a aurora de um mundo novo, renovado em Cristo. Ele, primogênito de toda criatura, foi imolado e agora é o Vivo. Na manhã do domingo, rompem-se as portas da morte e o Pai o ressuscita. João, em seu evangelho, acentua que é o primeiro dia da semana. É primeiro dia da grande novidade. É o dia do Senhor e será o dia de sua manifestação. Madalena vai ao túmulo e o encontra vazio. A percepção humana vê um túmulo vazio. O sudário está no chão e o pano que cobrira a cabeça, dobrado à parte. Significa que agora está descoberta à visão a face divina na face humana de Cristo ressuscitado. No Antigo Testamento ver Deus era morrer. Na Ressurreição de Jesus, contemplar sua face é viver. Pedro só viu; o outro discípulo, aquele que Jesus amava, viu e acreditou. No amor, esse discípulo crê que, segundo as Escrituras Ele devia ressuscitar. Para nós também, que amamos, esse rosto de Cristo está descoberto. A Igreja está sempre entre o ver e o acreditar. Não basta ver, é preciso acreditar nas Escrituras que nos levam ao Ressuscitado. Ele está vivo.
Somos testemunhas
O dia de Pentecostes, historicamente colocado como 50 dias depois, na realidade, está unido à Ressurreição como um único mistério. Tanto é verdade que, em sua primeira aparição, Jesus lhes dá o Espírito Santo. Esse Espírito conduz os discípulos ao anuncio como vemos Pedro fazer na casa de Cornélio (At 10,34.37-43). Ali ele apresenta o anúncio fundamental da fé: ‘Esse Jesus que passou entre nós fazendo o bem foi morto pregado numa cruz. Mas Deus o ressuscitou. Nós somos testemunhas, nós que comemos e bebemos com Ele depois que ressuscitou dos mortos. Ele nos mandou anunciar que Deus o constituiu juiz dos vivos e dos mortos. Todo aquele que nEle crê, recebe o perdão dos pecados’. Com essas palavras Pedro anuncia Jesus e o resultado da Ressurreição em todo aquele que crê. A visão do Ressuscitado é fundamental para a vida cristã. Sem essa visão de fé não podemos compreender nossa vida em Cristo nem a Igreja como presença continuada dEle. Mas não é fácil. Sinto, em mim, muita dificuldade em compreender a Ressurreição, pois parece faltar essa fé coerente e atuante. A passagem de uma fé sentimental e intelectual para crer numa Pessoa, não tem sido fácil. Ele é a razão. Ele é a Vida. Ele é o Vivo pelo Espírito. É necessário partir da Ressurreição para sermos testemunhas autênticas, não só proclamadores de doutrinas e modelos de religião.
Buscai as coisas do alto
O testemunho que os discípulos dão é uma obrigação de todos, não somente como um serviço, mas como resultado de sua participação na morte e ressurreição de Jesus. Viver a vida nova, fruto da ressurreição, é o melhor modo de dizer que Jesus vive, pois vivemos com Ele. Essa nova realidade exige que os filhos da Ressurreição vivam a vida nova, buscando as coisas do alto. Ressuscitar exige um novo modo de viver. A união a Cristo e aos irmãos será a base dessa vida nova. A ética cristã parte da união de vida com o Ressuscitado. É uma vida pascal no Espírito.
Leituras: Atos 10,34.37-43;Salmo117;
Colossenses 3,1-4; João 20,1-9.
1. A Igreja esteve reunida junto a seu Senhor nos dias de sua Paixão e Ressurreição. Seus filhos fizeram, com Ele, esse caminho através do Batismo. As leituras da Vigília proclamaram as maravilhas de Deus e nos introduziram nesse mistério. No primeiro dia da semana, M.Madalena vai ao túmulo e o encontra vazio. Chama os discípulos que vão correndo. Pedro vê. João, o discípulo amado, vê e crê. O pano que cobria a cabeça de Jesus está de lado, significando que agora podemos ver Deus sem morrer. Nós vemos porque cremos. E cremos porque amamos.
2. Ressurreição e Pentecostes são uma única realidade. A vinda do Espírito envia os apóstolos ao testemunho, como vemos em Pedro na casa de Cornélio. Pedro faz o anúncio: Esse Jesus que passou entre nós, foi morto pregado na cruz, mas Deus o ressuscitou. E disso somos testemunhas, nós que comemos e bebemos com Ele depois da ressurreição. Crer no Ressuscitado leva ao testemunho.
3. O testemunho dos discípulos existe a partir de sua participação na morte e ressurreição de Jesus. Viver essa vida é o melhor modo de anunciar. O modo de os cristãos viverem a moralidade, tem como base a união com o Ressuscitado
Notícias voando
Quando Jesus ressuscitou começou a se espalhar a notícia. Madalena viu o túmulo vazio, correu a contar para os discípulos que correram ao túmulo e constataram a verdade. Ele está vivo. Essa notícia dava uma alegria tão grande que não aguentaram e até hoje estão contando. Pedro em seu discurso proclama: “Ele passou entre nós fazendo o bem”. “Deus o ressuscitou no terceiro dia”.
Nós ressuscitamos com Ele pelo batismo. Vivemos a vida do alto. É preciso contar para os outros. Vão ser uma festa.
Homilia da Páscoa do Senhor
EM ABRIL DE 2007
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