segunda-feira, 4 de julho de 2022

EVANGELHO DO DIA 4 DE JULHO

Evangelho segundo São Mateus 9,18-26. 
Naquele tempo, estava Jesus a falar aos seus discípulos, quando um chefe se aproximou e se prostrou diante dele, dizendo: «A minha filha acaba de falecer. Mas vem impor a mão sobre ela e viverá». Jesus levantou-Se e acompanhou-o com os discípulos. Entretanto, uma mulher que sofria um fluxo de sangue havia doze anos aproximou-se por detrás dele e tocou-Lhe na fímbria do manto, pensando consigo: «Se eu ao menos Lhe tocar no manto, ficarei curada». Mas Jesus voltou-Se e, ao vê-la, disse-lhe: «Tem confiança, minha filha. A tua fé te salvou». E a partir daquele momento a mulher ficou curada. Ao chegar a casa do chefe e ao ver os tocadores de flauta e a multidão em grande alvoroço, Jesus disse-lhes: «Retirai-vos, porque a menina não morreu; está a dormir». Riram-se dele. Mas, quando mandou sair a multidão, Jesus entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se. E a notícia divulgou-se por toda aquela terra.
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho(354-430) 
Bispo de Hipona(norte de África),doutor da Igreja 
Sermões sobre o Evangelho de João, n.° 49, 1-2 
«Vem impor a mão sobre ela e viverá» 
«Porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão a sua voz» (Jo 5,28). No Evangelho, vemos três mortos ressuscitados por Nosso Senhor, porque as ações do Senhor não são apenas factos mas também sinais. Ficamos surpreendidos com a narração da ressurreição de Lázaro (Jo 11); mas, se fixarmos a nossa atenção noutras obras de Cristo, bem mais admiráveis, veremos que todos os homens que creem, ressuscitam. E, se quisermos refletir seriamente, compreenderemos que há mortes muito mais terríveis e que quem peca, morre. Toda a gente teme a morte do corpo; mas receia muito pouco a morte da alma. O homem faz tudo para escapar à morte que não pode evitar; mas este mesmo homem, que é chamado a viver eternamente, nada faz para evitar o pecado. Oh, se pudéssemos despertar os homens da sua apatia, e despertarmos nós próprios, para amarmos a vida eterna com o mesmo ardor com que amamos esta vida fugitiva! Se dissermos a um homem que atravesse os mares para evitar a morte, ele hesita? Se lhe dissermos que tome os maiores cuidados para não morrer, fica de braços cruzados? Eis que Deus nos pede coisas mais leves para obtermos a vida eterna e nós recusamo-nos a obedecer. Se Nosso Senhor, pela sua grande graça e a sua grande misericórdia, ressuscita as nossas almas para as salvar da morte eterna, temos boas razões para ver nos três mortos cujo corpo Ele ressuscitou o símbolo e a prefiguração da ressurreição das almas operada pela fé.

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