quinta-feira, 16 de junho de 2022

BEATO FIEL (FIDÉLIS) CHOJNACKI

Nasceu em Lodz, no dia da Festa de Todos o Santos, no ano de 1906. Era o mais novo de seis irmãos. No Batismo, recebido três dias depois, os seus pais Waclaw e Leokadia Sprusinska, puseram-lhe o nome de Jerônimo (Hieronim).
Na família recebeu uma educação exemplar, frequentando a paróquia de Santa Cruz. terminada a Escola Superior, inscreve-se na Academia Militar. Concluídos os estudos, não consegue encontrar trabalho. Graças à ajuda de uns parentes trabalha durante um ano em Szczuczyn Nowogrodsky, perto do Instituto da Providência Social (ZUS) e, sucessivamente, trabalha no Centro de Correios de Varsóvia. Era muito apreciado pela sua afabilidade. Ao mesmo tempo, juntamente com o seu tio, Pe. Estanislau Sprudiinski, colaborava na direção da Ação Católica.
Abstêmio, empenha-se na campanha contra o alcoolismo. Trabalhando na Ação Católica, sente a necessidade de uma profunda vida interior. Entrou na Ordem Terceira de São Francisco, na igreja dos Capuchinhos de Varsóvia. A nobreza do seu caráter conquistou a confiança das pessoas e deu-lhe o poder de reconciliar as pessoas desavindas. Naquela altura conquistou a amizade de Aniceto Koplin, famoso esmoleiro de Varsóvia. A proximidade constante com os Capuchinhos suscitou nele a vocação religiosa.
No dia 27 de Agosto de 1933, tomou o hábito capuchinho em Nowe Miasto, recebendo o nome de Fidelis. Não obstante os seus 27 anos e a sua experiência na vida, denotava uma grande simplicidade, mantendo com todos uma grande amabilidade. No noviciado teve a preocupação de conhecer os princípios da vida interior, e dedicou-se empenhadamente no seu próprio aperfeiçoamento espiritual.
Fez a sua profissão simples no dia 28 de Agosto de 1934 e parte para Zakroczym para estudar Filosofia. Aqui, com autorização dos Superiores, fundou um Círculo de Colaboradores Intelectuais para os seminaristas. Prosseguiu com o seu trabalho contra o alcoolismo e fundou um Círculo de Abstêmios; além disso, cooperou com a Terceira Ordem Franciscana.
No princípio de 1937, superou com ótima classificação o exame final de Filosofia. No dia 28 de Agosto de 1937, fez a sua profissão perpétua. Depois, estudou Teologia no Convento de Lublín. No início da Segunda Guerra Mundial freqüentava o terceiro ano de Teologia. Numa carta, datada de 18 de Dezembro de 1939, para o seu tio, Pe. Estanislau, manifestou alguma desorientação e batimento pelo fato de não poder viver e estudar normalmente.
Um mês depois do Natal de 1939, no dia 25 de janeiro de 1940, foi preso e internado na Prisão do castelo de Lublín. Suportou com serenidade e com certo bom humor as duras condições da prisão, a falta de movimentos, de espaço e de ar. Passados cinco meses, a 18 de Junho de 1940, foi transferido, juntamente com todos os do grupo, para o campo de concentração de Sachsenhausen. Trata-se de um Bloco modelo, de um verdadeiro selo prussiano, especialmente na disciplina e na ordem, cuja finalidade era o aniquilamento do indivíduo. Aqui, o Fr. Fidelis perdeu o seu otimismo. O tratamento inumano dos prisioneiros chocavam-no e induzia-o ao pessimismo.
No dia 14 de dezembro de 1940, num comboio de sacerdotes e religiosos, foi transferido para o Campo de concentração de Dachau, perto de Munique, na Baviera, onde o seu estado de espírito piorou. Imprimiram-lhe no braço o seu número: 22 473. As notícias das contínuas vitórias militares, vindas da frente de batalha alemã, não permitiam aos prisioneiros pensar em sair dali um dia. A fome, o trabalho e as perseguições eram cada vez maiores. Ia perdendo a esperança de sair, rapidamente, do Campo de concentração, e as suas energias iam diminuindo. Devido ao trabalho superior às suas forças, à fome e à escassez de roupa, o Fr. Fidelis contraiu uma doença pulmonar.
Uma manhã de Inverno de 1942, enquanto transportava juntamente com outro companheiro uma grande caldeira de café para a cozinha, resvalou, e o café provocou-lhe uma grande queimadura. A dura situação a que o sujeitava o chefe do Bloco ainda o debilitou mais. Fr. Caetano Ambrozkiewicz, seu companheiro no campo de concentração, narra assim o adeus do Fr. Fidelis: “Nunca esquecerei aquela tarde de domingo do Verão de 1942, quando o Fr. Fidelis saiu da nossa barraca 28 para ser transferido para o Bloco dos inválidos. Estava estranhamente absorto, nos seus olhos havia um reflexo de serenidade, mas não era uma serenidade deste mundo. Despediu-se de todos com as palavras de São Francisco – Seja louvado Jesus Cristo, ver-nos-emos no Céu”.
Pouco tempo depois, no dia 9 de Julho de 1942, é internado no Hospital do Campo. O seu corpo foi levado ao crematório. No dia 26 de Março de 1999, o Papa João Paulo II inscreveu-o no Catálogo dos Mártires.

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