Sabas é o fundador da chamada Grande Laura ao lado do vale de Cedron, às portas de Jerusalém. Nasceu em Mutalasca, perto de Cesareia de Capadócia, em 439. Após ter passado alguns anos no mosteiro da sua cidade, em 457 passou ao de Jerusalém, fundado por Passarião, que não julgou todavia condizente com suas aspirações. Mas ao contrário de muitos monges, que abandonavam o próprio convento para correr às cidades grandes, antes que viver uma vida edificante, Sabas, desejoso de solidão, durante uma estada em Alexandria, pediu e obteve a licença de retirar-se para uma gruta, comprometendo-se a voltar todos os sábados e domingos para fazer vida comum no mosteiro.
Cinco anos mais tarde, voltando a Jerusalém, fixou o seu domicílio no vale do Cedron, em uma gruta inacessível, aonde só por meio de cordas se chegava. Aquela escadinha (de cordas), ao que parece, revelou seu esconderijo a outros monges, desejosos como ele de solidão, e em breve, como um enxame, as grutas inóspitas, na parede rochosa, povoaram-se de solitários mas não ociosos habitantes.
Nascia assim a Grande Laura, isto é, um dos mais originais mos-teiros da antiguidade cristã. Sabas, com grande paciência e ao mesmo tempo com indiscutível autoridade, governou aquele crescente exército de eremitas organizando-o segundo as regras de vida cenobita, já fixada por são Pacômio, um século antes. Para que a autoridade do santo abade tivesse um ponto de referência na autoridade do bispo, o patriarca de Jerusalém ordenou-o sacerdote em 491. Sabas, não obstante a predileção pelo absoluto isolamento do mundo, não se subtraiu às suas tarefas sacerdotais. Fundou outros mosteiros, entre os quais um em Emaús e tomou parte ativa na luta contra os monofisitas, chegando a ponto de mobilizar seus monges numa expedição para opor-se ao estabelecimento de um bispo herege, enviado a Jerusalém pelo imperador Anastácio.
Diante do imperador de Constantinopla, são Sabas encenou uma verdadeira representação de mímicas para mostrar com a evidência da imagem coreográfica as tristes condições do povo palestinense oprimido por pesadas taxas e, em particular, por uma taxa que atingia os pequenos comerciantes. Quando morreu, a 5 de dezembro de 532, toda a região quis honrá-lo com esplêndidos funerais. Em Roma, no século VII, surgiram no Aventino, por meio de monges gregos, um mosteiro e uma basílica a ele dedicados, que deram nome a todo o bairro.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
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