segunda-feira, 13 de maio de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “A força da simplicidade”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Alimentar o que é bom (oração) 
A oração da Missa dá um estímulo a viver a palavra deste 17º domingo: “Derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco, para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes”. A mensagem desse domingo ensina a viver um dos ensinamentos fundamentais de Jesus. Tudo o que é humildade e simplicidade. O que Jesus ensina é um retrato de seu modo de viver. Não se trata de diminuir-se ou rebaixar-se, mas ser humano, normal, sem necessitar do orgulho e da vaidade para se impor. Como somos completos, realizados e coerentes, não temos necessidade de disputar lugares e querer parecer importantes. O último lugar é tão bom quanto o primeiro desde que estejamos bem. A mentalidade que nos domina é de tirar vantagens em tudo e sair na frente ganhando sempre mais. Assim pensam as pessoas. Ninguém disputa o primeiro lugar em servir, ser útil e cooperar. Jesus mostra outro caminho que rende muito mais: Em primeiro lugar dá uma aula de civilidade e boa educação. Não é de bom tom querer aparecer e desfilar como mais importante. Para quem está bem com a Palavra, está bem consigo mesmo. Então, qualquer lugar é bom. O livro do Eclesiástico ensina que, quanto mais poderoso se é, mais humilde se deve sê-lo (Eclo 3,20). Vemos a luta pelo poder. O importante é que Deus veja a gente. E Deus vê o que é humilde e a ele revela seus mistérios (Eclo 3,22). O orgulho é uma doença tão ruim que não tem remédio. Diz o Eclesiástico: “Para o mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado esta enraizada nele, e ele não compreende” (Eclo 3.30). A simplicidade é maior.
Convida os pobres e aleijados
Jesus continua ensinando que perdemos muito em viver na vaidade. Referindo-se ao banquete oferecido diz que sempre traz consigo a obrigação em retribuir com presentes do mesmo valor. E diz em relação às festas: “Quando deres um banquete, não convides teus amigos, nem teus irmãos… nem teus amigos ricos. Estes vão te convidar e assim já serás pago. Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados e os cegos. Então tu serás feliz por que eles não podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lc 14,12-14). Deus é quem paga a conta do pobre. Essa modalidade de vida na vaidade não leva a nada e empobrece o coração. A recompensa que a oferta feita aos pobres nos traz, será dada na ressurreição. Esta é a festa que dura para sempre onde o Pai é quem paga. E retribui com abundância. O banquete que o Pai nos prepara em recompensa ao que fizemos a seus queridos, dura para a eternidade. A Igreja também está envenenada pelo orgulho, vaidade, prepotência e luta por melhores lugares e cargos. É preciso conversão. 
Tocados pela fé 
Viver os ensinamentos de Jesus não é só uma opção de vida, mas o resultado da fé que nos tocou. A carta aos Hebreus compara esse momento ao encontro de Deus com o povo no Monte Sinai. Lá era palpável. Agora são as realidades espirituais e as coisas do Céu que nos tocam. Desse modo somos convocados à transformação de nossa vida. Passamos a viver as exigências da conversão ao novo modo de vida a partir do Evangelho. Vamos entender esses sentimentos de humildade e simplicidade quando percebermos que estamos em contato com o Deus que nos tratou com tanto carinho. A ressurreição final está longe, mas está presente em nosso cotidiano quando somos capazes de transformar nosso orgulho em humildade e nossa vaidade em serviço fraterno.

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