terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Filho Amado”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Sob a força do Espírito 
O batismo de Jesus no Jordão tem uma importância muito grande para explicar sua missão. Pedro diz na casa de Cornélio: “Vós sabeis o que aconteceu em toda Judéia, a começar da Galiléia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder” (At 10,37-38). Jesus foi batizado por João como estavam fazendo os judeus que queriam se purificar. João não cria uma nova comunidade. O Pai se manifesta e O unge, isto é, consagra a uma missão, como lemos também na primeira leitura que nos narra sobre o Servo que cumprirá uma missão, pois Deus colocara Nele seu Espírito (Is 42,1.2-4). O evangelista Lucas apresenta Jesus em seu evangelho, sempre movido pelo Espírito. Estamos dentro do ciclo da Manifestação do Senhor. Jesus é apresentado pelo Pai ao povo judeu para que soubesse que Ele era o Filho Amado, cheio do Espírito Santo. Ungido quer dizer consagrado. Ungido em hebraico é Messias para realizar a missão que fora anunciada pelos profetas e agora se realizava Nele. O Espírito conduzirá Jesus até à cruz. O Pai quando diz que o filho é o Dileto, o Amado, está dando uma dimensão da presença do Espírito que age em Jesus que é unir no Amor. Nisso vemos o modo de agir de Deus sempre nas Três Pessoas Divinas. O Filho, feito Homem, tem o total amor do Pai. Este mesmo amor, o Filho tem para com todos os fragilizados, pois não “quebrará a cana rachada nem apagará o pavio que fumega” (Is 42,3). Por isso entendemos por que se fala tanto de pobre. São esses os diletos. Lembremos que o batismo de Jesus é o de João, para a purificação. O batismo de Jesus é com o Espírito e o fogo (não só lava, mas dissolve todo o mal). Jesus também batizava como João batizava. Eram os discípulos que batizavam (Jo 4,1-2) - (Não é o nosso batismo). 
Filhos amados 
Filhos amados falam com o Pai. O evangelista diz que Jesus sempre que tomava uma atitude ou um caminho, estava em diálogo com o Pai, movido pelo Espírito. Os filhos amados de Deus devem sempre estar abertos ao Espírito Santo para o discernimento da vontade de Deus e a força do poder de transformação. Vemos em seu Batismo, como ficou em oração após o rito da purificação. Quando nos é dado o Espírito, nos é concedido o dom de falar com o Pai, pois nós também em Cristo somos os filhos amados que temos o direito de falar com o Pai. Ele nos ouve como ouve seu Filho. O Pai nos deu tudo o que necessitamos, como diz Pedro: “Pois que seu divino poder nos deu todas as condições necessárias para a vida e para a piedade, mediante o conhecimento Daquele que nos chamou pela sua própria glória e virtude” (2Pd 1,3). Somos por esse Pai em vista de seu Filho. Nós agradamos ao Pai na obediência de Jesus que em tudo agradou seu Pai. Por isso pedimos na oração da missa: “concedei a vossos filhos adotivos, constantemente em vosso amor”. É bom ser filho de um Pai tão bom.
Irmãos amados 
O batismo de Jesus não se destina só a Ele. Como é um dos mistérios de nossa redenção, nós participamos recebendo a adoção de filhos amados. O primeiro irmão é Jesus que “não se envergonha de nos chamar de irmãos” (Hb 2,11). Deste modo, somos irmãos e não nos envergonhamos de formar a família dos filhos de Deus como irmãos amados. Participamos da unção de Cristo, temos participação em sua missão a partir de nosso batismo. Ele é fonte dos demais sacramentos e de toda a vida cristã.

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