sábado, 10 de março de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Na casa da Mãe”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
1327. Pousadas no caminho
            Vivemos como povo de Deus. Na história da humanidade, tanto no mundo pagão como no povo judeu, sempre existiram lugares privilegiados para o encontro com Deus. Assim continua mesmo nas formas não cristãs ou religiões tradicionais. Não que fossem melhores que os outros lugares de culto. Ali se cultua a Deus, como povo peregrino. São lugares em que o Senhor acolhe seu povo, reúne seus filhos e oferece a abundância de suas graças. A grande graça é sentir-se povo, parte de uns dos outros. Os santuários são os remédios para curar o egocentrismo espiritual. De meu Deus, passamos ao nosso Deus. E Deus nos vê como seus filhos. Não podemos reduzir os lugares do encontro com Deus. O santuário é um modo de encontrar-se com Ele que não reduz, mas se amplia. As pousadas na caminhada reforçam e reanimam e entusiasmam para o novo tempo da caminhada. O fato de um santuário ter dedicação a esse santo ou à Maria, não muda sua finalidade que é o encontro com Deus. Cultos que desviam o povo daquilo que vem da cultura provocam tantas formas de ateísmo. A fé purifica a cultura, mas não a elimina. Jesus é testemunha desta verdade quando, com seus pais, ia a Jerusalém diversas vezes por ano. Ela amava a casa do seu Pai e a purificou de tudo o que desfigurava o culto com a exploração do povo. Os apóstolos continuaram a freqüentar o templo. Paulo até faz promessa de cortar o cabelo (At 18,18). Esse modo de servir a Deus dever ser purificado e evangelizado, mas não eliminado. Devemos estar atentos a religiões e movimentos que eliminam o popular da fé. E quem vem de outras culturas, respeite e ame os costumes do povo. Não esfriem seu coração do povo.
1328. Vinde, filhos, ouví-me
            Por que um santuário dedicado a Nossa Senhora, Virgem Mãe de Deus, Imaculada e glorificada no Céu? Ela participou do Mistério de Cristo e continua unida a quem serviu como mãe e discípula. Maria não deixa de ser Mãe, nem Jesus deixa de ser seu Filho, pois a carne ressuscitada do Filho é a que recebeu dela na encarnação. Maria está a dizer, como nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Maria não adiantou a hora de Jesus, como que atrapalhando seu programa, mas mostrou que o vinho novo é o Reino que se torna sempre novo a todo que o recebe. Ela exerce a intercessão, pois reza pelo seu povo. Se pedimos oração aos que vivem ainda na frágil condição humana, mais ainda podemos pedir que rezem por nos os que vivem na Glória do Pai. E Maria é a primeira glorificada unida a seu Filho por tantos motivos. Ela convida: Vinde, Filhos, e eu vos ensinarei o temor do Senhor (Sl 34,12). E os conduz a Jesus.
1329. Nas curvas de um rio
            Celebrando a festa de N.S.Aparecida, Padroeira do Brasil, é um momento de reavivar a fé em Jesus que ela nos apresenta. Um dia, por ter-se quebrado, alguém a pos nas águas barrentas do rio Paraíba. É um rio de pouco peixe. Ali foi pescada por simples e pobres homens que lutavam pela vida. Foi guardada em suas pobres choupanas, em tosco altar. De cor negra, de cabelos de índia, e de tipo branco, é síntese de nossas raças. De mãos postas, continua em oração pelo povo. Mesmo quando reduzida a pedaços, foi recomposta, como esperança de um povo sofredor que se recompõe pela fraternidade. Ela é bonita, enfeitada com flores lembrando a primavera do Reino de Deus que renova seu vigor. Em seu santuário acolhe e envia para a fraternidade. Cantamos: “Peregrinos longes terras, caminhamos através de altos montes e altas serras para vos beijar os pés”.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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