quarta-feira, 12 de novembro de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - “Guardar os mandamentos é amar”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Santificai o Senhor em vossos corações 
Rezamos no Pai Nosso: “Santificado seja vosso nome”. Santificar é uma palavra que, apesar de muito usada na oração do Pai Nosso, é de difícil compreensão. Santificar Deus... Mas já não é santo? Trata-se de deixar que Ele seja santo em nós. Pedro aconselha que Deus seja santificado em nossos corações. Que nosso coração, nossa vida, torne-se um lugar sagrado, isto é, lugar de Deus morar. Somos santos porque Deus habita em nós. Santificar não é sair da vida normal, mas acolher a ação do Espírito da Verdade que nos é dado: “Rogarei ao Pai e Ele vos dará um outro defensor para que permaneça sempre convosco, o Espírito da Verdade” (Jo, 14,16-17). Santificar o Senhor é deixar a verdade nos instruir. Como esta verdade é vida, ensinará pela Vida que nos faz vivos. Somente o Espírito faz agir em nós a vida divina. Como Deus é amor, as energias do amor que agem em nós nos santificam e assim deixamos Deus ser santo em nós. Seremos vida-amor. Deus-amor se manifesta. As energias do amor são o testemunho da esperança que temos. Jesus foi concreto em seu amor para conosco. Dizia e fazia. Deu-nos a vida. Diz João: “Não amemos somente com a língua, mas em atos e verdade” (1 Jo, 3,18). Mesmo nas dificuldades Pelo testemunho de nossa vida demonstramos que Deus é verdadeiro. No tempo da Páscoa, proclamamos a fé na ressurreição de Jesus. É verdadeira esta proclamação quando a acompanhamos com uma vida com uma vida coerente – com amor. Deus é santificado pelo amor que lhe temos e o amor que dedicamos aos nossos irmãos. 
O Espírito Santo transformará. 
A ressurreição de Jesus ficaria como um ato a ser narrado pela história se não viesse o Espírito Santo para colocá-la em nós. Podemos ver isso pela pregação de Filipe na Samaria, como lemos na primeira leitura. Ele repete as maravilhas de Jesus. Foi,contudo, necessário receber o Espírito Santo para levar o batismo que levará à completa realização. Vemos como os apóstolos passaram 3 anos com Jesus, participaram dos acontecimentos da Paixão, Morte e Ressurreição, estiveram com Jesus depois da Ressurreição. Mas foi necessária a vinda do Espírito Santo, em Pentecostes, para que pudessem despertar e fazer atuar o que receberam. Não sem razão Jesus dissera: “Ele vos ensinará toda a verdade” (Jo 6.13). Ele é o “Espírito da Verdade” ( Jo 16,13). Jesus disse também: “Eu sou a Verdade”. Ele é o Espírito de Jesus e era Seu condutor (Mt 4,1). Como agiu em Jesus, age no discípulo: “Fareis obras maiores que do eu faço”. O Espírito será o mestre na escola do amor. 
A vida corresponda aos mistérios que recordamos 
A oração da missa manifesta o desejo de que a celebração passe à vida: “a vida corresponda aos mistérios que recordamos”. Se vivermos o que celebramos, não haverá divórcio entre a celebração e a vida. Jesus, pelo seu Espírito, em cada celebração, apresenta-nos Sua vida e palavra. Ouvimos as palavras de Jesus no evangelho desse domingo: “Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse Me ama. Ora, quem Me ama, será amado de meu Pai e Eu o amarei e Me manifestarei a ele” (Jo 14,21). Viver o mandamento do amor é condição favorável para receber o amor do Pai e a revelação do Filho. Nossas celebrações criarão nova vida quando as unirmos, pelo Espírito, a uma vida de amor.

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